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Vítimas de ameaças, 110 magistrados vivem sob proteção no Brasil

No Espírito Santo, dois juízes relataram à Comissão de Segurança Institucional do Tribunal de Justiça ameaças relacionadas à atividade profissional

Vítimas de ameaças, 110 magistrados vivem sob proteção no Brasil Vítimas de ameaças, 110 magistrados vivem sob proteção no Brasil Vítimas de ameaças, 110 magistrados vivem sob proteção no Brasil Vítimas de ameaças, 110 magistrados vivem sob proteção no Brasil
Foto: EBC
Foto: EBC

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) divulgou um levantamento sobre o número de juízes que estão sob ameaça no país. O estudo realizado pelo Departamento de Segurança Institucional do Poder Judiciário (DSIPJ/CNJ) foi divulgado em maio deste ano e identificou que 110 magistrados estavam sob proteção de autoridades em 2017.

No Espírito Santo, dois juízes relataram à Comissão de Segurança Institucional do Tribunal de Justiça ameaças relacionadas à atividade profissional, mas apenas um magistrado faz uso de escolta policial, benefício garantido pela Lei Estadual nº 10.794/2017, que dispõe sobre o serviço de proteção pessoal aos agentes públicos sob ameaça e risco de morte.

Por medida de segurança, o Tribunal de Justiça do Espírito Santo, não revelou os nomes e nem onde atuam os juízes. Por e-mail, a assessoria de imprensa do TJES informou que quando um magistrado denuncia um caso de ameaça, é realizado um protocolo de avaliação sobre a necessidade de segurança. A Comissão composta por órgãos que atuam na área de Inteligência da Segurança Pública, analisa as solicitações, determina o aparato de segurança que será adotado em cada caso e investiga o fato que originou a denúncia.

Veja a pesquisa completa aqui.

Imagem: Reprodução CNJ

Escoltas

De acordo com a pesquisa do CNJ, 38 magistrados ameaçados vivem sob escolta total, regime de proteção em que policiais (civis, federais ou militares ), servidores ou funcionários terceirizados do tribunal acompanham o magistrado e até seus familiares 24 horas por dia.

Dos juízes que estão sob o regime de escolta total, 47% utilizam o serviço de proteção há menos de um ano, enquanto 21%, um em cada cinco escoltados, utilizam a escolta total há pelo menos cinco anos.

Imagem: Reprodução CNJ

Providências

Desde a edição da Lei 12.694, em 2012, qualquer situação de risco causada pelo exercício da função do magistrado deverá ser comunicada à polícia judiciária. As denuncias são analisadas pela Polícia Civil ou Polícia Federal, de acordo com o ramo da Justiça, que avaliam caso a caso a necessidade de proteção pessoal e indicam o tipo de proteção que deve ser adotado.

A principal delas, aplicada em 45% dos casos, é o reforço à segurança orgânica, que corresponde a uma diversidade de medidas, como fortalecer os mecanismos de controle de acesso às dependências de um fórum. Coletes à prova de bala foram entregues a 17 magistrados brasileiros e veículos blindados são utilizados por 34 juízes. Em muitos casos, a estratégia de proteção elaborada pelo tribunal implica a adoção de várias medidas simultaneamente.