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Vitória do "não" deve mudar dinâmica do Reino Unido

Vitória do “não” deve mudar dinâmica do Reino Unido Vitória do “não” deve mudar dinâmica do Reino Unido Vitória do “não” deve mudar dinâmica do Reino Unido Vitória do “não” deve mudar dinâmica do Reino Unido

Edimburgo – Os países do Reino Unido vão permanecer juntos. Os eleitores na Escócia rejeitaram a independência num referendo histórico que abalou o país, mas a não separação não significa o retorno do status quo. A decisão de realizar o referendo fez com que o Londres prometesse mais poderes para cada uma das quatro nações do Reino Unido, o que pode mudar a relação entre os países.

O resultado anunciado nesta sexta-feira impediu a ruptura de uma união de 307 anos da Escócia com a Inglaterra, trazendo um grande alívio para a economia e a política da Grã-Bretanha, e até mesmo para o primeiro-ministro David Cameron, que enfrentou pedidos para sua renúncia caso a Escócia tivesse optado pela independência.

No referendo, que ocorreu na quinta-feira, 55% dos escoceses se manifestaram contra a emancipação do Reino Unido e 45% votaram a favor. “Escolhemos a união”, disse o chefe da campanha do “não”, Alistair Darling. “Hoje é um dia muito importante para a Escócia e para o Reino Unido como um todo”, afirmou.

O apelo apaixonado do líder da independência e primeiro-ministro da Escócia, Alex Salmond, para criar uma nova nação não foi atendido, com os escoceses escolhendo a segurança da união com a Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte. Ainda assim, a campanha pela independência trouxe uma nova energia para o país. “Este referendo foi um triunfo para o processo democrático e para a participação social na política”, disse Salmond.

Aliviado com o resultado, o premiê David Cameron se comprometeu a cumprir as promessas de dar mais autonomia para a Escócia nas decisões sobre impostos, gastos e bem-estar. O primeiro-ministro garantiu que os novos planos vão ser acordados até novembro e uma legislação deve ser proposta até janeiro. “Assim como a Escócia vai ter mais poder sobre as suas decisões, o País de Gales, a Inglaterra e a Irlanda do Norte também vão ter mais autonomia”, disse.

O resultado salvou Cameron de uma derrota história e também ajudou o chefe da oposição Ed Miliband do Partido Trabalhista. Nas eleições nacionais de 2015, a oposição teria dificuldades para vencer caso não contasse com o apoio dos legisladores do partido da Escócia.

O voto pela independência também impediu que o Reino Unido perdesse uma parte substancial do seu território e das suas reservas de petróleo e evitou que os britânicos tivessem que mudar a base do seu arsenal nuclear, hoje alojado na Escócia. Além disso, com a emancipação escocesa, o Reino Unido poderia perder influência em diversas instituições internacionais, como a União Europeia, Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e a Organização das Nações Unidas (ONU).

A decisão significa também que a Grã-Bretanha não irá passar por um período prolongado de instabilidade financeira, que já havia sido previsto caso a Escócia optasse pela separação. Fonte: Associated Press.