O Avanço Feminino com Responsabilidade Individual

A história mostra que nenhuma transformação social significativa ocorreu sem enfrentamento de barreiras. O avanço feminino no mercado de trabalho não foi exceção. Da Revolução Industrial, quando mulheres passaram a ocupar postos nas fábricas, até os dias atuais, em que lideram grandes empresas e governos, a trajetória foi marcada por obstáculos. Entretanto, também foi construída por escolhas diárias, responsabilidade individual e resultados que não puderam ser ignorados.

As barreiras existem. Diferença salarial, preconceito velado e menor acesso a posições de comando ainda são realidades. Segundo relatório do Fórum Econômico Mundial (2023), a igualdade plena entre homens e mulheres no mercado de trabalho só seria alcançada em 131 anos, mantendo o ritmo atual. No Brasil, dados do IBGE mostram que mulheres ganham, em média, 78% do rendimento dos homens, mesmo possuindo maior nível de escolaridade. Reconhecer essas barreiras é fundamental. Contudo, transformar tais desafios em vitimização não gera avanço; gera paralisia.

A responsabilidade individual assume papel central nesse processo. Cada mulher, ao decidir diariamente como agir, constrói sua própria trajetória e desafia estatísticas. Essa é a essência da liberdade: não ignorar as dificuldades externas, mas não permitir que elas se tornem desculpas internas. É a escolha de enfrentar, de se preparar melhor e de entregar resultados que desafiam preconceitos.

Ação concreta é o que transforma a narrativa. No Brasil, mulheres já representam 39% dos cargos de liderança, segundo estudo da Grant Thornton (2024). Embora a proporção ainda não seja ideal, o número revela avanço expressivo e crescente. Mais do que ocupar espaços, líderes femininas têm demonstrado índices superiores de engajamento de equipe e sustentabilidade de resultados. Empresas com maior diversidade de gênero em cargos executivos apresentam lucratividade 25% superior à média, segundo pesquisa da McKinsey & Company (2020).

Resultados e a Lógica do Livre Mercado

Esses números mostram que resultados não podem ser ignorados. A profissional que entrega valor consistente se torna indispensável, independentemente do gênero. Nesse sentido, evidencia-se a lógica do livre mercado atua como força equilibradora: ele recompensa eficiência, inovação e performance. Barreiras podem atrasar a ascensão, mas não anulam o poder dos fatos quando os resultados se impõem.

Outro dado relevante é a educação. Hoje, 60% dos concluintes do ensino superior no Brasil são mulheres, conforme o INEP. Esse capital humano representa potencial imenso de transformação. O desafio está em converter qualificação em liderança, superando não apenas barreiras externas, mas também internas, como a autocensura e o medo de assumir posições de maior exposição.

Filosofia Liberal e o Progresso Feminino

A filosofia liberal ressalta que o progresso surge quando a responsabilidade individual substitui a dependência. A liberdade de escolher, agir e responder pelos próprios resultados é o que diferencia crescimento de estagnação. No avanço feminino, esse princípio se traduz em reconhecer o cenário realista, mas decidir, todos os dias, como superá-lo.

A cultura de resultados precisa ser o norte. Mérito e eficiência devem ser a linguagem principal. Quando mulheres ocupam espaços por competência e consistência, desmontam preconceitos sem precisar de discursos inflamados. Afinal, conquistas palpáveis são inegáveis.A conclusão é clara: o avanço feminino exige consciência das barreiras, mas não se sustenta no vitimismo. Ele se constrói em ação diária, disciplina e entrega de resultados concretos. O desafio é grande, mas maior ainda é a capacidade de transformação de quem decide não esperar, mas agir. Afinal, a verdadeira força feminina não está em negar os obstáculos, mas em superá-los com resultados que ninguém pode ignorar.

Gabriela Moraes Oliveira

Colunista

Associada do Instituto Líderes do Amanhã

Associada do Instituto Líderes do Amanhã