Auditoria do TCU aponta atraso para pessoas com deficiência obterem BPC Auditoria do TCU aponta atraso para pessoas com deficiência obterem BPC Auditoria do TCU aponta atraso para pessoas com deficiência obterem BPC Auditoria do TCU aponta atraso para pessoas com deficiência obterem BPC

77% das solicitações não foram aprovadas no período determinado por lei

O Tribunal de Contas da União (TCU) identificou atrasos na concessão do Benefício de Prestação Continuada (BPC), especialmente para pessoas com deficiência. A auditoria, relatada pelo ministro Aroldo Cedraz e apresentada no plenário em 16 de outubro, avaliou as ações dos órgãos responsáveis por gerir e conceder o benefício entre janeiro de 2018 e dezembro de 2023, período em que foram aplicados R$ 408,75 bilhões no programa.

Dados fornecidos pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) indicam que, em dezembro de 2023, havia 394 mil pessoas com deficiência aguardando a conclusão de seus pedidos, o que representa uma parcela significativa da fila total de benefícios pendentes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). No mesmo período, 77,7% das concessões de BPC para pessoas com deficiência ultrapassaram o prazo legal de 45 dias estabelecido pela Lei nº 8.742/93. Mesmo considerando o prazo de 90 dias, homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em um acordo entre o INSS e o Ministério Público Federal, 43,3% das análises continuaram fora do limite acordado.

A auditoria também constatou que a oferta de perícia médica e teleperícia varia de acordo com a região, dificultando o acesso equitativo ao serviço. Segundo o ministro Aroldo Cedraz, a demora na análise dos pedidos compromete o desenvolvimento social e econômico das áreas mais afetadas e representa um desamparo para a população mais vulnerável, especialmente quando os processos se estendem por mais de 180 dias.

Diante desse cenário, o TCU determinou que o INSS e o MDS passem a divulgar mensalmente os índices de atrasos e os dados de estoques de pedidos de BPC para pessoas com deficiência e idosos, além de definir metas para reduzir o tempo de espera. Também recomendou a ampliação do uso de teleperícias e avaliações sociais remotas, visando maior equidade no atendimento em todo o país. A Corte orientou, ainda, que os órgãos responsáveis aprimorem os processos de perícia e avaliação social para minimizar erros, fraudes e falhas cometidas pelos requerentes.

O BPC é um benefício de um salário-mínimo mensal pago pelo governo a idosos com 65 anos ou mais e a pessoas com deficiência que comprovem, por meio de laudos e perícia, ter impedimentos de longo prazo que dificultem sua participação na sociedade ou a realização de tarefas diárias. O benefício é destinado a famílias com renda per capita igual ou inferior a um quarto do salário-mínimo.

Os gastos com o BPC aumentaram 62,3% entre 2018 e 2023, passando de R$ 55,2 bilhões para R$ 89,6 bilhões, devido ao crescimento de 22,8% no número de beneficiários no período. O TCU acompanhará a implementação das determinações, que têm caráter obrigatório, e das recomendações, que visam a melhoria da gestão, embora seu descumprimento não implique sanções.

Feapaes-ES

A Federação das Apaes do Estado do Espírito Santo (Feapaes-ES) é uma associação civil beneficente que luta pela causa das pessoas com deficiência intelectual e/ou múltipla. Sem fins lucrativos e de fins não econômicos, a instituição possui 42 filiadas, entre Apaes, a Amaes e Vitória Down, que atendem a mais de 9 mil pessoas com deficiência. Entre em contato pelo [email protected]

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