Autismo
Foto: Freepik

Uma pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social da Universidade Federal da Paraíba (PPGPS/UFPB) identificou diferenças na forma como famílias de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e de crianças em desenvolvimento típico administram o uso de dispositivos digitais.

O estudo apontou que, entre mães de crianças com TEA, renda familiar mais alta, maior número de filhos e a dificuldade percebida em estabelecer limites estão associados ao aumento do tempo diário de exposição às telas. Entre mães de crianças em desenvolvimento típico, o uso mais intenso esteve relacionado principalmente à dificuldade de impor regras e ao fato de a criança possuir celular ou tablet.

A pesquisa foi desenvolvida entre 2023 e 2025 por Maria Gabriela Vicente Soares, sob orientação dos professores Rômulo Lustosa Pimenteira de Melo e Lilian Kelly de Sousa Galvão, com participação de Tamna Emanueli Pinto Benevides. Ao todo, 200 mães responderam a instrumentos sobre rotina familiar, mediação digital e exaustão parental. A análise identificou diferenças nas estratégias de imposição de regras entre os grupos.

Embora a exaustão parental tenha sido investigada, o estudo não encontrou relação direta entre esse fator e o tempo de tela das crianças. Os dados indicam que mães com maior nível de escolaridade relatam mais exaustão, sem impacto no uso de dispositivos pelos filhos. Os resultados sugerem que organização da rotina, clareza das regras e características da criança têm maior influência nas práticas de mediação digital.

Adaptação e Validação da Escala de Exaustão Parental

A dissertação também incluiu a adaptação e validação brasileira da Escala de Exaustão Parental, instrumento para mensuração do desgaste físico e emocional de cuidadores. A validação permitiu aprofundar a análise sobre como características familiares e práticas parentais se relacionam ao uso de telas na infância.

Segundo a autora, os resultados apontam a necessidade de iniciativas educativas voltadas a famílias de crianças com TEA. Ela observa que a investigação se concentrou no tempo de uso das telas, sem análise do conteúdo acessado.

Reconhecimento da Pesquisa

A pesquisa recebeu o Prêmio Luiz Marcellino de Oliveira, alcançando o primeiro lugar na categoria Mestrado durante a 55ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Psicologia.

Feapaes-ES

A Federação das Apaes do Estado do Espírito Santo (Feapaes-ES) é uma associação civil beneficente que luta pela causa das pessoas com deficiência intelectual e/ou múltipla. Sem fins lucrativos e de fins não econômicos, a instituição possui 42 filiadas, entre Apaes, a Amaes e Vitória Down, que atendem a mais de 9 mil pessoas com deficiência. Entre em contato pelo [email protected]

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