Um estudo da University of Exeter, no Reino Unido, apontou aumento de 787% nos diagnósticos de autismo entre 1998 e 2018, principalmente em adultos. O levantamento, no entanto, não indica que o crescimento represente necessariamente maior prevalência da condição.
A psiquiatra Juliana Belo Diniz, pesquisadora com experiência em clínica pela Universidade de Harvard, afirmou em entrevista à rádio Jangadeiro BandNews 101.7 que a elevação está ligada à ampliação dos critérios de diagnóstico e à maior atenção dedicada ao tema. Segundo ela, movimentos da sociedade civil contribuíram para expandir a noção de espectro autista, o que impactou a atuação de áreas como psiquiatria e neurologia.
A médica ressaltou que sintomas leves, como ansiedade social e dificuldades de atenção decorrentes do estresse, têm sido enquadrados como autismo ou TDAH, o que pode gerar confusão e afetar a luta por direitos de famílias com casos mais graves. Ela lembrou que apenas psiquiatras e neurologistas têm competência legal para diagnosticar o transtorno, enquanto psicólogos atuam no acompanhamento.
Críticas aos Diagnósticos Superficiais
Juliana também criticou diagnósticos superficiais e realizados de forma online. Para ela, a avaliação deve envolver entrevistas detalhadas, análise de histórico acadêmico e familiar e exames clínicos adequados, o que não ocorre em consultas rápidas.