
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) afeta cerca de uma em cada 100 crianças no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Além das dificuldades relacionadas à comunicação e à interação social, muitas apresentam também limitações motoras, que podem comprometer atividades cotidianas, como correr, brincar ou se vestir.
Um estudo publicado na Journal of Autism and Developmental Disorders indicou que programas de fisioterapia motora estruturada resultaram em melhora da coordenação e do equilíbrio em 70% das crianças avaliadas. No Brasil, pesquisas conduzidas na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) destacam que exercícios guiados por fisioterapeutas podem favorecer a participação em atividades escolares e recreativas.
A Importância do Acompanhamento Precoce
A fisioterapeuta pediátrica Ana Clara Carvalho afirma em entrevista ao site Terra que o acompanhamento precoce é importante. Segundo ela, os desafios motores, muitas vezes não percebidos, têm impacto no aprendizado e nas interações sociais. A especialista explica que a fisioterapia contribui para desenvolver coordenação, força e equilíbrio, refletindo em maior independência no cotidiano.
Estudos publicados na American Journal of Occupational Therapy mostram que o aprimoramento das habilidades motoras amplia as oportunidades de interação de crianças com TEA em jogos, esportes e brincadeiras. De acordo com a profissional, os programas devem ser personalizados, variando entre exercícios de coordenação fina, equilíbrio ou resistência, de acordo com a necessidade de cada paciente.
Recursos Lúdicos e Cuidado Multidisciplinar
Além das práticas tradicionais, recursos lúdicos, como jogos, atividades com bola e circuitos motores, também são usados nas sessões. A especialista, segundo a especialista, integra o cuidado multidisciplinar ao favorecer avanços motores, sociais e emocionais no desenvolvimento infantil.