O Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) publicou, nesta terça-feira (3), o estudo IJSN no Censo – Pessoas com Deficiência e Pessoas Diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista. A análise foi desenvolvida pela Coordenação de Estatística do instituto com base nos dados do Censo Demográfico de 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na última sexta-feira (30). O levantamento apresenta um panorama das pessoas com deficiência e daquelas diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), com foco nacional e estadual, especialmente no Espírito Santo.
De acordo com o estudo, são consideradas pessoas com deficiência aquelas que possuem ao menos uma das seguintes limitações funcionais: enxergar, ouvir, locomover-se, manipular objetos, comunicar-se, cuidar de si, trabalhar ou estudar, mesmo com o uso de recursos assistivos. A pesquisa aponta que 7,3% da população brasileira com 2 anos ou mais se enquadra nesse grupo. No Espírito Santo, o índice é de 7,2%. Os estados com maior proporção de pessoas com deficiência são Alagoas, Piauí, Pernambuco (9,6%), Piauí (9,3%) e Pernambuco (8,9%).
Dados Demográficos Detalhados
No recorte por sexo e raça, o Espírito Santo apresenta maior proporção de mulheres com deficiência (7,9%) e de pessoas indígenas com deficiência (11,4%). Nacionalmente, os índices são de 8,1% para mulheres e de 8,6% para a população amarela. Entre os tipos de deficiência, a dificuldade permanente para enxergar, mesmo com o uso de óculos, é a mais prevalente, registrada em 4% da população brasileira e 3,9% da população capixaba.
A taxa de analfabetismo entre pessoas com deficiência com 15 anos ou mais no Espírito Santo é de 19,49%. No Piauí, o índice atinge 38,78%. Entre a população preta com deficiência no Espírito Santo, a taxa é de 25,51%, enquanto entre indígenas chega a 24,39%. Residências com pelo menos um morador com deficiência representam 15,4% no Espírito Santo, frente a 16% no país.
Análise do Transtorno do Espectro Autista (TEA)
O levantamento também aborda os dados de pessoas diagnosticadas com TEA. No Espírito Santo, 1,3% da população foi diagnosticada com autismo, o que representa 51.328 pessoas. A média nacional é de 1,2%, equivalente a 2.405.337 indivíduos. Entre os indígenas capixabas, a proporção é de 1,8%, superando os percentuais registrados entre indígenas em nível nacional (1,5%) e entre a população branca (1,3%).
Entre os estudantes de 6 anos ou mais no Espírito Santo, 2,1% foram diagnosticados com TEA, frente a 1,7% no Brasil. No recorte por sexo, os homens representam 3,1% dos diagnosticados no Estado. Entre os estudantes indígenas capixabas de 6 anos ou mais, o índice atinge 2,3%, quase o dobro da média nacional (1,1%). O percentual entre os matriculados na Educação de Jovens e Adultos (EJA) no Espírito Santo é de 4,4%.
Na faixa etária de 25 anos ou mais, o percentual de pessoas diagnosticadas com autismo é de 0,9%, tanto no Espírito Santo quanto no país. O estudo também traz informações sobre escolarização, com destaque para os dados entre pessoas indígenas com diagnóstico de TEA, além de dados sobre domicílios com ao menos uma pessoa autista.
O estudo completo está disponível no site do IJSN.