
O Aeroporto Internacional de Natal, localizado em São Gonçalo do Amarante (RN), passou a contar com uma sala multissensorial destinada ao acolhimento de passageiros com Transtorno do Espectro Autista (TEA). O espaço é adaptado para oferecer um ambiente controlado e reservado a pessoas neurodivergentes e seus acompanhantes. A iniciativa é resultado de parceria entre o Ministério de Portos e Aeroportos e a concessionária Zurich Airport Brasil, responsável pela gestão do terminal.
A unidade integra uma política nacional de ampliação da acessibilidade nos aeroportos brasileiros. Além de Natal, o Aeroporto do Recife (PE) também recebeu recentemente uma estrutura semelhante. As duas salas se somam às já existentes nos aeroportos de Vitória (ES), Florianópolis (SC), Congonhas (SP) e Santos Dumont (RJ). A meta do Ministério é alcançar 20 salas multissensoriais em terminais do país até o final de 2026.
Salas Multissensoriais: Promovendo Inclusão e Acessibilidade
Os espaços são projetados para atender passageiros com hipersensibilidade a estímulos sensoriais, condição comum entre pessoas com TEA. Elementos presentes no ambiente aeroportuário, como avisos sonoros, movimentação intensa de passageiros, ruídos de bagagens e iluminação forte, podem causar estresse elevado e desencadear crises. A sala multissensorial busca minimizar esses impactos, oferecendo um local de transição mais confortável antes do embarque.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ainda em processo de consolidação, estima-se que cerca de 2 milhões de pessoas no Brasil estejam no espectro autista. A ausência de um registro nacional específico torna o número impreciso, mas especialistas apontam para uma subnotificação significativa. No setor aéreo, a Resolução nº 280/2013 da ANAC estabelece normas para garantir o atendimento adequado a passageiros com necessidades especiais, incluindo aqueles com deficiência intelectual ou mental, como é o caso de pessoas com TEA.
A ampliação de salas multissensoriais faz parte de um conjunto de medidas voltadas à acessibilidade e inclusão nos serviços aeroportuários, alinhadas às diretrizes da Política Nacional de Aviação Civil.