
Pelo menos 21 mil crianças da Faixa de Gaza ficaram com deficiências permanentes em decorrência de lesões causadas pela guerra entre Israel e Palestina desde 7 de outubro de 2023. Os dados foram divulgados pelo Comitê da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (CRPD).
Segundo o órgão, cerca de 40,5 mil crianças sofreram ferimentos provocados pelo conflito nos últimos dois anos, e mais da metade delas desenvolveu alguma forma de deficiência. O comitê, composto por especialistas que se reúnem duas vezes por ano em Genebra, recomendou que Israel adote medidas específicas para proteger crianças com deficiência e implemente protocolos de evacuação acessíveis.
Para contexto histórico: a enorme quantidade de pessoas que saiu da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) com algum tipo de deficiência foi um grande impulso para o estabelecimento de um movimento organizado em busca de direitos.
O CRPD avaliou que ordens de evacuação israelenses são, em muitos casos, inacessíveis a pessoas com deficiência auditiva ou visual, dificultando a saída segura. Relatos também apontam que indivíduos com deficiência precisaram fugir em condições precárias, sem apoio para se locomover.
Impacto do Conflito em Gaza
O comitê ainda observou que as restrições à entrada de ajuda humanitária em Gaza afetam de forma mais intensa pessoas com deficiência. O grupo afirmou ter recebido informações de pelo menos 157.114 pessoas feridas desde o início do conflito, das quais mais de 25% correm risco de sequelas permanentes.
Em 2024, a Divisão de Parcerias e Financiamento do Escritório das Nações Unidas para Assuntos Humanitários (OCHA) alertou que Gaza abriga a maior população de crianças amputadas da era moderna.
A Faixa de Gaza está imersa em uma guerra que ganhou novas proporções após os ataques de 7 de outubro de 2023.