Waguinho Correia e o filho, Lionel
Waguinho Correia e o filho, Lionel - crédito: Arquivo pessoal

Hoje, trazemos a segunda parte da nossa entrevista especial de Dia dos Pais. Waguinho Correia, radialista e estudante de Direito, é pai de Lionel, que tem 9 anos e autista com nível de suporte 1.

Falamos sobre a triste realidade de vários pais de crianças com deficiência serem ausentes, e sobre a importância da presença paterna numa família atípica.

Voz da Inclusão deseja um ótimo Dia dos Pais para você que é presente na vida da sua família!

1 – Infelizmente, não é comum vermos pais tão presentes na vida de uma criança autista (ou com algum outro transtorno/deficiência). Por que isso?

Porque EU SOU PAI. Fui homem pra fazer, tenho que ser homem pra assumir. Pode soar machista a fala, mas não é essa a ideia e o contexto. Não é fácil, não é um “Morango do Amor”. Tem dias que a gente fica exausto psicologicamente. Não é fácil pra mãe dele também.


Somos separados, porém tento dar todo suporte do mundo a ela. Sempre, dentro das possibilidades de tempo, de trabalho ou outras demandas, estou sempre presente, faço questão. Eu tenho que fazer isso e faço com prazer. É muito gratificante, com toda dificuldade, você ver a evolução de cada coisinha. É uma conquista tremenda.


Eu e a mãe dele somos o suporte um do outro. A minha família ajuda como pode, e sou grato. Mas, no geral, somos eu e ela por ele sempre, em todos os momentos.
Não temos uma grande rede de apoio. Uma rede de apoio é muito importante. Esse suporte é fundamental para a evolução até da criança, mas nem todos têm uma rede de apoio assim. Infelizmente, muitos homens (nem digo pais) saem fora.


Eu escolhi ficar, pois eu escolhi amar, e ele me escolheu para estar com ele nessa missão chamada VIDA.

2 – Alguma mensagem para nossos leitores?

A mensagem que eu tenho é para serem mais resilientes, buscar mais o entendimento do outro, respeitar as diferenças. Nós, pais e mães, sofremos muitos olhares, falas, sem nenhum fundamento ou base de entendimento. Então, quando não souber o que falar, não fale nada. Se puder ajudar, ótimo. E estamos dispostos a ensinar também as pessoas a entenderem esse mundo diverso.


O acesso à informação está aí na palma da sua mão, instantaneamente. Basta se informar sobre o tema para não cometer injustiças com quem tanto já sofre diante da sociedade.


Não são eles que têm que compreender esse mundo, e sim o mundo ter a sensatez, a empatia de entender o mundo deles — ou nosso, também, dos pais e mães — pois a gente também tem que aprender e nos adaptarmos para essa nova jornada. É uma outra rotina, e acabamos tendo que viver nesse novo mundo.


Busque por artigos na internet, leituras sobre o tema, vídeos no YouTube. No Instagram, há vários perfis ensinando, explicando, educando a sociedade sobre como lidar e agir diante de situações que muitas vezes preferem julgar do que acolher.

Feapaes-ES

A Federação das Apaes do Estado do Espírito Santo (Feapaes-ES) é uma associação civil beneficente que luta pela causa das pessoas com deficiência intelectual e/ou múltipla. Sem fins lucrativos e de fins não econômicos, a instituição possui 42 filiadas, entre Apaes, a Amaes e Vitória Down, que atendem a mais de 9 mil pessoas com deficiência. Entre em contato pelo [email protected]

A Federação das Apaes do Estado do Espírito Santo (Feapaes-ES) é uma associação civil beneficente que luta pela causa das pessoas com deficiência intelectual e/ou múltipla. Sem fins lucrativos e de fins não econômicos, a instituição possui 42 filiadas, entre Apaes, a Amaes e Vitória Down, que atendem a mais de 9 mil pessoas com deficiência. Entre em contato pelo [email protected]