Na segunda parte da entrevista exclusiva de Voz da Inclusão, Vanderson Gaburo (Diretor Social da Federação das Apaes do ES e Primeiro Secretário da Federação Nacional das Apaes) fala de pontos importantes debatidos na Onu, a metodologia do Emprego Apoiado apresentada na Conferência dos Estados Partes da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência da ONU, e a importância da presença da Feapaes-ES no evento.
1 – Quais pontos você considera mais importantes que foram debatidos na Onu?
O tema central da Conferência foi aumentar a conscientização sobre os direitos e as contribuições das pessoas com deficiência para o desenvolvimento social. Dentro desse leque, se destacaram três eixos de discussões: primeiro, fortalecer o financiamento capaz de gerar protagonismo das pessoas com deficiência e apoiar o desenvolvimento social; segundo, como a inteligência artificial pode contribuir para a inclusão. Temos falado muito disso aqui no ES, sobre incluir a pessoa com deficiência no seu tempo histórico. E por último, a questão das pessoas indígenas com deficiência. Esse é um tema invisibilizado mundialmente e muito urgente. Aqui no ES, por exemplo, a maior incidência de deficiência está na população indígena, segundo os últimos dados do Censo 2022.
2 – A pauta do Emprego Apoiado é muito importante para a Apae. Como isso foi debatido na Cosp?
Essa foi a nossa contribuição. Pude ocupar, de forma inédita e histórica, a tribuna da ONU para apresentar ao mundo a nossa experiência com emprego apoiado como estratégia de inclusão da pessoa com deficiência no mundo do trabalho. Temos feitos muitos esforços nesse sentido nos últimos anos aqui no Espírito Santo, e temos dados muito animadores. Só em 2024, mais de 50 pessoas com deficiência intelectual forma incluídas no mercado de trabalho com essa metodologia. Fomos muito elogiados pela iniciativa.
3 – Qual o seu balanço da participação da Feapaes no evento?
Para nós foi um marco. Pela primeira vez na história a Federação das Apaes do ES se faz presente num evento dessa envergadura. Conhecendo e ouvindo relatos do mundo todo, mas podendo ocupar a fala e apresentar nossas experiências. Foi uma honra representar esse movimento tão forte e que transforma vidas todos os dias. Agora, é aprofundarmos aqui no nosso planejamento os temas e as principais discussões feitas lá.