Estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Waseda, no Japão, indica que adultos com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) apresentam padrões de ativação cerebral semelhantes aos de adultos neurotípicos ao observarem partes do corpo humano. Os resultados foram publicados em 5 de junho de 2025 na revista Imaging Neuroscience.
A pesquisa, liderada pelo professor assistente Yuto Kurihara, envolveu 23 adultos com TEA e 23 adultos neurotípicos. Os participantes foram submetidos a exames de ressonância magnética funcional (fMRI) enquanto visualizavam imagens em preto e branco de diferentes partes do corpo, do corpo inteiro e de cadeiras (estas últimas como estímulo de controle). Durante o experimento, também realizaram tarefas de reconhecimento de imagens repetidas.
Resultados da pesquisa sobre autismo e ativação cerebral
A análise mostrou que ambos os grupos ativaram o córtex occipitotemporal lateral (LOTC) de forma semelhante, sem diferenças significativas na intensidade ou organização da ativação. Em ambos os casos, o cérebro agrupou as imagens em três categorias: efetores de ação (como mãos e pés), partes não efetoras (como o tronco) e áreas faciais. Não foram encontradas correlações entre os padrões de ativação e a gravidade dos sintomas ou características sensoriais dos participantes.
Os autores destacam que, embora estudos anteriores tenham apontado diferenças na atividade cerebral de crianças com TEA, os dados atuais sugerem que essas distinções podem se atenuar na vida adulta. A equipe ressalta que as dificuldades sociais associadas ao autismo podem estar ligadas à interpretação de sinais sociais, e não à percepção visual de gestos ou expressões.