Pesquisa aponta sobrecarga de cuidadores de pessoas com TEA Pesquisa aponta sobrecarga de cuidadores de pessoas com TEA Pesquisa aponta sobrecarga de cuidadores de pessoas com TEA Pesquisa aponta sobrecarga de cuidadores de pessoas com TEA

Pesquisa entrevistou 2.247 brasileiros para entender o perfil das famílias que convivem com o TEA no país.

Saiba mais

Receber um diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA) na família apresenta desafios significativos. A insegurança, o medo, a culpa e a rotina intensiva de terapias e intervenções geram uma carga física e emocional considerável. Mesmo com uma rede de apoio estabelecida, os cuidadores de pessoas com TEA frequentemente se sentem sobrecarregados e cansados.

Essas observações fazem parte do levantamento “Retratos do Autismo no Brasil em 2023”, realizado pela empresa Genial Care, que entrevistou 2.247 brasileiros para entender o perfil das famílias que convivem com o TEA no país.

Dos 1.723 entrevistados que se identificaram como cuidadores de crianças autistas, 62% afirmaram contar com algum tipo de ajuda para enfrentar os desafios do TEA. No entanto, o estudo indica que, independentemente do estado civil, da renda mensal e do nível de escolaridade, há uma dificuldade persistente em descansar e cuidar de si mesmos.

A sobrecarga física e mental é uma realidade para esses cuidadores. A rotina de cuidados se intensifica após o diagnóstico, com a adição de horas de terapias e intervenções semanais, além de consultas frequentes a profissionais de saúde. A psicóloga Alice Tufolo, líder de equipe da Genial Care, observa que o comprometimento exigido para ser um cuidador é tão intenso que muitos acabam deixando de lado outras áreas de suas vidas.

A imprevisibilidade do comportamento das crianças autistas é outro desafio enfrentado pelos cuidadores. Lidar com crises e comportamentos inesperados é uma prioridade, e 32% dos entrevistados expressaram o desejo de que as crianças conseguissem gerenciar momentos desafiantes sem recorrer a crises.

Mesmo com uma rede de apoio, grande parte dos desafios ainda recai sobre os pais e cuidadores diretos. Dificuldades financeiras (73%) para custear tratamentos e insegurança em relação ao futuro a longo prazo da criança (79%) foram apontadas como os principais obstáculos pelos cuidadores.

Em meio a tantas exigências, os cuidadores muitas vezes se colocam em segundo plano. No levantamento, 68% relataram dificuldade em encontrar tempo para cuidar de si mesmos, priorizando o bem-estar da criança em detrimento do próprio.

Especialistas destacam a importância de os pais estarem equilibrados para o desenvolvimento saudável da criança com TEA. Investir em seu próprio bem-estar é considerado essencial, pois pais equilibrados contribuem diretamente para o progresso e a regulação das crianças autistas. A metáfora de colocar a máscara de oxigênio primeiro nos adultos para depois ajudar as crianças sublinha a necessidade de os cuidadores cuidarem de si mesmos para melhor atender às necessidades de seus filhos.