Pela primeira vez, uma pessoa com síndrome de Down passou a participar de um estudo clínico voltado à prevenção do Alzheimer. A pesquisa, chamada HERO, está sendo conduzida pela farmacêutica Ionis Pharmaceuticals e envolve o uso de um medicamento experimental para reduzir os níveis da proteína precursora amiloide (APP), associada ao desenvolvimento da doença.
Segundo o Ministério da Saúde, o Alzheimer é uma condição neurodegenerativa que compromete funções como memória, raciocínio e comportamento, provocando a morte gradual de células cerebrais. No caso da síndrome de Down, a cópia extra do cromossomo 21 leva a uma produção elevada da proteína APP, relacionada à formação das placas senis, um dos principais marcadores da doença. De acordo com o portal Sanar, pessoas com a síndrome produzem até 1,5 vez mais APP que o restante da população, o que aumenta o risco de alterações cerebrais típicas do Alzheimer já a partir da meia-idade.
Estudo Clínico e o Medicamento ION269
O medicamento testado, chamado ION269, é uma molécula projetada para bloquear a produção de proteínas específicas e é administrado por meio de injeção lombar. O estudo, iniciado em março, prevê duração de dois anos e contará com 30 participantes distribuídos entre centros nos Estados Unidos e Europa. A pesquisa busca avaliar a segurança, tolerância e os efeitos da substância sobre a formação das placas amiloides.
Segundo o portal O Globo, além do estudo HERO, outros projetos semelhantes estão em andamento, incluindo o teste de uma vacina experimental e a previsão de iniciar ainda este ano testes com o donanemabe, medicamento já aprovado pela FDA (agência reguladora dos EUA).