Inclusão

Tamanho do cérebro pode ter relação com sintomas do autismo, segundo estudo

Um estudo realizado por cientistas brasileiros e norte-americanos identificou uma possível relação entre o aumento do tamanho do cérebro (macrocefalia) e a maior severidade dos sintomas sociais e de comunicação em crianças com transtorno do espectro autista (TEA)

Leitura: 3 Minutos
Tamanho do cérebro pode ter relação com sintomas do autismo, segundo estudo Tamanho do cérebro pode ter relação com sintomas do autismo, segundo estudo Tamanho do cérebro pode ter relação com sintomas do autismo, segundo estudo Tamanho do cérebro pode ter relação com sintomas do autismo, segundo estudo

A macrocefalia pode indicar sintomas mais graves do autismo

Os resultados foram divulgados na revista Molecular Autism. A pesquisa baseou-se na análise de imagens cerebrais de mais de 900 crianças com TEA, realizada em 2017, e em experimentos recentes com organoides cerebrais, desenvolvidos a partir de células sanguíneas de algumas das crianças participantes do primeiro estudo. Em ambos os casos, observou-se uma correlação entre macrocefalia e a gravidade dos sintomas. Os organoides derivados de células de crianças com sintomas mais severos apresentaram um tamanho até 41% maior que os controles.

A pesquisadora Mirian Hayashi, professora do Departamento de Farmacologia da Escola Paulista de Medicina (EPM-Unifesp), destacou em entrevista à Agência Fapesp que, embora nem todas as crianças com TEA e sintomas severos apresentem macrocefalia, quando essa condição está presente, há uma maior severidade nos sintomas.

A diferença no tamanho cerebral observada parece estar associada à atividade da enzima Ndel1, envolvida na migração de neurônios durante a formação do cérebro. Alterações na atividade dessa enzima já haviam sido identificadas em estudos anteriores em crianças com microcefalia induzida pelo vírus zika. A Ndel1 está relacionada a diversos transtornos neurológicos, como esquizofrenia e transtorno bipolar.

Os pesquisadores ressaltam que, embora os sintomas sociais e de comunicação sejam comuns entre indivíduos com TEA, a gravidade varia de pessoa para pessoa. Embora o mecanismo biológico que determina a intensidade dos sintomas ainda não seja totalmente compreendido, os resultados deste estudo oferecem novos caminhos para a compreensão do TEA.

O estudo foi dividido em duas etapas: inicialmente, foi realizada uma análise de imagens cerebrais e dados de diagnóstico de mais de 900 crianças com TEA, seguida por experimentos em organoides cerebrais desenvolvidos em laboratório. Esses experimentos revelaram que a enzima Ndel1 desempenha um papel crucial nos casos de macrocefalia em crianças com TEA, possivelmente devido a um aumento no número de progenitores neurais, células que dão origem aos neurônios.

Além disso, a pesquisa observou que, nos casos de macrocefalia, há um desbalanço na atividade e expressão da enzima Ndel1 nos organoides. Esse desequilíbrio pode ser um indicador de alterações que levam ao aumento ou diminuição do tamanho cerebral.

O grupo de pesquisadores planeja realizar novos estudos para identificar biomarcadores no sangue dos pacientes que possam estar relacionados à gravidade do transtorno. O artigo completo pode ser acessado aqui.

 

Feapaes-ES

A Federação das Apaes do Estado do Espírito Santo (Feapaes-ES) é uma associação civil beneficente que luta pela causa das pessoas com deficiência intelectual e/ou múltipla. Sem fins lucrativos e de fins não econômicos, a instituição possui 42 filiadas, entre Apaes, a Amaes e Vitória Down, que atendem a mais de 9 mil pessoas com deficiência. Entre em contato pelo [email protected]

A Federação das Apaes do Estado do Espírito Santo (Feapaes-ES) é uma associação civil beneficente que luta pela causa das pessoas com deficiência intelectual e/ou múltipla. Sem fins lucrativos e de fins não econômicos, a instituição possui 42 filiadas, entre Apaes, a Amaes e Vitória Down, que atendem a mais de 9 mil pessoas com deficiência. Entre em contato pelo [email protected]