O turismo brasileiro ainda enfrenta barreiras para atender pessoas com deficiência, idosos e público neurodivergente. Estudo do Ministério do Turismo aponta que 53,5% das pessoas com deficiência deixaram de viajar por falta de acessibilidade. Entre os principais obstáculos estão rampas danificadas, ausência de intérpretes de Libras, falta de informações adaptadas e de capacitação profissional.
Em entrevista ao Jornal do Brás, a especialista em turismo inclusivo e CEO da Diamond Viagens, Santuza Macedo, afirmou que a inclusão vai além de obras estruturais, envolvendo treinamento, comunicação acessível e adaptação de serviços. Segundo ela, a Lei Brasileira de Inclusão e o Estatuto da Pessoa com Deficiência garantem o direito ao turismo, mas a aplicação prática ainda é limitada.
Iniciativas de Turismo Acessível no Brasil
Algumas iniciativas vêm sendo implementadas. Socorro (SP) criou circuitos de turismo de aventura acessível e adaptou ruas. Em São Paulo, o Centro de Memória Dorina Nowill recebeu reconhecimento internacional pela acessibilidade arquitetônica e recursos como braille e audiodescrição. No Sul Fluminense, roteiros de natureza passaram a oferecer trilhas adaptadas e transporte com embarque facilitado.
Desafios e Oportunidades para o Turismo Inclusivo
Dados da Organização Mundial do Turismo indicam que mais de 1 bilhão de pessoas no mundo têm algum tipo de deficiência. No Brasil, segundo o IBGE, são 18,6 milhões, além de mais de 32 milhões de idosos. Para Santuza, políticas públicas contínuas, incentivos e formação profissional são medidas necessárias para ampliar o acesso e gerar oportunidades no setor.