Filho de Cristian Cravinhos consegue anulação de paternidade: "Sofria bullying"

A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, por unanimidade, manter a anulação da paternidade do filho de Cristian Cravinhos, condenado a 38 anos de prisão pelo assassinato dos pais de Suzane von Richthofen em 2002.

O jovem, que tinha três anos na época do crime, alegou abandono e sofrimento por bullying devido ao histórico criminal do pai.

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A Justiça do Paraná já havia determinado, em 2023, a exclusão do nome de Cristian da certidão de nascimento do filho, decisão agora confirmada pelo STJ. A relatora do caso, ministra Nancy Andrighi, destacou o impacto psicológico causado pelo vínculo com o pai.

“Deixei de mencionar aqui os fatos de bullying que ele passou na escola e quantas escolas ele teve que mudar depois que o fato aconteceu. Horrível”, afirmou a ministra.

Cristian Cravinhos recorreu da decisão, mas o STJ entendeu que o abandono afetivo e o sofrimento decorrente da ligação com um crime hediondo justificam a anulação do vínculo paterno. O jovem buscava a medida para dissociar-se legalmente do pai e seguir sua vida sem o peso da relação familiar com um condenado por homicídio.

O caso Richthofen

Cristian Cravinhos cumpre pena em regime semiaberto na Penitenciária Doutor José Augusto César Salgado, em Tremembé (SP).

Ele, seu irmão Daniel e Suzane von Richthofen foram condenados em 2006 pelo assassinato de Manfred e Marísia von Richthofen, planejado por Suzane. Cristian recebeu pena de 38 anos, enquanto Daniel e Suzane foram sentenciados a 39 anos.

Em 2017, Cristian chegou a obter progressão para o regime aberto, mas foi preso novamente por tentativa de suborno a um policial. Em 2023, o Ministério Público de São Paulo solicitou um exame criminológico antes de permitir nova progressão de pena, alegando a gravidade do crime cometido.

Com a decisão do STJ, o filho de Cristian Cravinhos encerra um processo judicial que buscava sua desvinculação legal do pai, marcando o fim de um capítulo traumático de sua vida.