A condenação de Cleilton Santana dos Santos a 37 anos de prisão pelo assassinato da enfermeira Íris Rocha, grávida de oito meses, marcou o encerramento de um capítulo doloroso para a família da jovem.

O júri popular foi realizado na segunda-feira (1º), no Fórum de Alfredo Chaves, no Sul do Espírito Santo. Após mais de 10 horas de julgamento, Cleilton foi condenado, na noite de segunda-feira (1º), pelos crimes de homicídio qualificado, feminicídio, aborto sem consentimento da gestante, ocultação de cadáver e concurso material.

A mãe de Íris, Márcia Aparecida Rocha, acompanhou todo o júri ao lado de familiares e amigos. Em entrevista à TV Vitória, ela disse que o resultado não elimina o sofrimento, mas traz uma sensação de alívio depois de quase dois anos de espera.

Caso Íris Rocha (Foto/reprodução: Foto/reprodução: TV Vitória)
Caso Íris Rocha (Foto/reprodução: Foto/reprodução: TV Vitória)

O sofrimento de mãe, essa dor que dilacera o coração, fica um pouco mais em paz. Fica um pouco mais em paz porque vemos que a justiça dos homens, dentro do possível, foi feita. Hoje, esse ciclo de tanta brutalidade se encerra.

Márcia Aparecida Rocha, mãe de Íris

A família e a acusação esperavam uma pena maior, próxima dos 50 anos de prisão. O Ministério Público Estadual (MPES) já anunciou que vai recorrer na tentativa de aumentar o tempo de condenação.

A gente sabe que esses 37 anos não serão totalmente cumpridos em regime fechado, e a nossa justiça… temos que seguir a lei, e essa lei é humana. Mas a justiça de Deus, se Deus quiser, nunca falha. É nela que eu acredito, é nela que eu tenho fé.

Márcia Aparecida Rocha, mãe de Íris

Já o advogado de Cleilton, afirmou que o resultado foi “justo” dentro do que a defesa esperava, mesmo sem a acolhida das teses apresentadas no plenário.

Entenda o caso

Íris Rocha, de 30 anos, foi assassinada em 11 de janeiro de 2024. Grávida de oito meses de uma menina que se chamaria Rebeca, a enfermeira foi morta a tiros. O corpo da jovem foi encontrado em uma área de mata, às margens de uma rodovia em Alfredo Chaves, e estava coberto de cal.

Durante as investigações, a Polícia Civil apontou que Cleilton era possessivo e já havia agredido Íris em outras ocasiões. Ele desconfiava que a bebê não era sua filha, mas um exame de DNA feito após o crime comprovou a paternidade.

Cleilton foi preso uma semana depois do assassinato de Íris, passando com seu advogado pela BR-262, em Viana. Apesar das provas, negou o crime ao longo de todo o processo, mas confessou o assassinato pela primeira vez durante o julgamento.

Íris deixou um filho, hoje com 10 anos, que é cuidado pela avó.

*Com informações da repórter Ana Motta, da TV Vitória/Record.

Leiri Santana, repórter do Folha Vitória
Leiri Santana

Repórter

Jornalista pela Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) e especializada em Povos Indígenas.

Jornalista pela Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) e especializada em Povos Indígenas.