Justiça

Entregador comprou carro há quase um ano e ainda não conseguiu usar o veículo

Carro seminovo com barulho de trator! O veículo vai e volta da oficina da revendedora. Consumidor não aguenta mais e pediu ajuda ao Conexão Justiça

Marcelle Altoé procurou o advogado Petronio Zambrotti, especialista em Direito do Consumidor, que explicou o que o João Paulo deve fazer. Foto: Conexão Justiça
Marcelle Altoé procurou o advogado Petronio Zambrotti, especialista em Direito do Consumidor, que explicou o que o João Paulo deve fazer. Foto: Conexão Justiça

Um carro ano 2022/2023, comprado em abril do ano passado, está tirando o sono do entregador João Paulo Trarbach Valadares. Uma semana após retirar o veículo da revendedora, problemas graves surgiram no motor, fazendo com que o automóvel não funcionasse. Um seminovo com barulho de trator.

João Paulo relata que o veículo já foi e voltou da oficina indicada pela revendedora pelo menos quatro vezes e sempre retorna com os mesmos defeitos, impedindo-o de trabalhar.

“Paguei caro, já faz um ano que comprei o carro para trabalhar e não consigo usar o veículo. Ninguém resolve!”, desabafa o entregador, que usa o carro para fazer entregas na Grande Vitória e, por conta dos defeitos, já ficou vários dias parado, acumulando prejuízos.

O advogado Petrônio Zambrotti explica que, mesmo veículos usados, têm garantia e o consumidor possui direitos assegurados pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC).

“A lei estabelece que, a partir da identificação do problema, o vendedor tem até 30 dias para resolvê-lo. Caso o defeito não seja solucionado nesse período, o consumidor pode desfazer o negócio, pedindo o dinheiro que pagou de volta com juros e correção monetária, exigir a troca do produto por um em perfeito estado ou ainda pedir abatimento proporcional do preço, caso opte por ficar com o veículo mesmo com o defeito”, destacou.

É importante também ficar atento ao contrato de compra e venda, especialmente cláusulas que indiquem que o consumidor examinou e vistoriou o carro.

Quanto aos prejuízos referentes ao trabalho, os chamados lucros cessantes, como no caso de João Paulo, que usaria o carro para trabalhar, o consumidor pode pedir, em uma ação na Justiça, os valores que deixou de ganhar devido ao período em que o veículo ficou parado.

Confira no vídeo abaixo a reportagem completa do CONEXÃO JUSTIÇA:

O que diz a empresa

Por meio de nota, a revendedora informou:

“A Unidas informa que está ciente do ocorrido e em contato constante com o cliente para oferecer todo o suporte necessário e buscar a melhor solução.

Reforçamos que todos os veículos da nossa frota seguem rigorosamente o plano de manutenção preventiva, com revisões periódicas, em conformidade com as recomendações dos fabricantes e normas de segurança.

Estamos conduzindo uma análise técnica completa do caso, com total prioridade, para entender os fatores envolvidos e tomar as medidas cabíveis.

Nosso compromisso é garantir a segurança, a transparência e a satisfação de nossos clientes.”

Conexão Justiça aborda problemas jurídicos

O Conexão Justiça é um projeto idealizado e apresentado pela jornalista Marcelle Altoé, que também é advogada.

Além da publicação na coluna do jornal online Folha Vitória ES, as matérias vão ao ar na TV Vitória toda quarta-feira, no programa Cidade Alerta ES (18h), com reprise na quinta, no ES no Ar (06h30).

As reportagens abordam problemas jurídicos de todas as áreas do Direito, sempre trazendo um especialista para dar dicas de como a pessoa pode resolver aquela situação.

Para participar basta enviar mensagem de texto para o WhatsApp do Conexão Justiça (27) 99877-0099 (apenas mensagens de texto. Não recebe ligações e nem áudios), para o e-mail [email protected] ou para os Instagrans @conexaojustica e @marcelle_altoe.

Marcelle Altoé

Formada em Jornalismo pela UFES, em Direito pela Faculdade Estácio de Sá de Vitória e possui títulos de pós-graduação em Direito Civil/Processo Civil e em Ciências Penais/Segurança Pública. Com quase 20 anos de experiência em telejornalismo, conquistou vários prêmios, inclusive nacionais. É idealizadora/autora do CONEXÃO JUSTIÇA, projeto pioneiro que leva informação jurídica de forma clara, objetiva e acessível ao cidadão.

Formada em Jornalismo pela UFES, em Direito pela Faculdade Estácio de Sá de Vitória e possui títulos de pós-graduação em Direito Civil/Processo Civil e em Ciências Penais/Segurança Pública. Com quase 20 anos de experiência em telejornalismo, conquistou vários prêmios, inclusive nacionais. É idealizadora/autora do CONEXÃO JUSTIÇA, projeto pioneiro que leva informação jurídica de forma clara, objetiva e acessível ao cidadão.