Um vídeo que circula nas redes sociais mostra um grupo de pessoas que resgatou uma arraia presa nas areias de uma praia em Piúma, no litoral Sul do Espírito Santo. Para fazer o resgate do animal, eles utilizaram dois pedaços de madeira.

Os vídeos foram publicados no perfil da ex-vereadora de Piúma, Fernanda Taylor, quem encontrou o animal encalhado na areia. Ela, então, na intenção de salvar a arraia, pediu ajuda a outras pessoas que passavam no local.

Fernanda Taylor contou que assim que avistou o animal, a primeira coisa em que pensou foi em levá-lo para a água.

“Queria salvá-la. Logo em seguida pensei no perigo, foi quando me apavorei e deixei meu celular cair na areia molhada. Quando avistei duas senhoras que resolveram ajudar. Pensamos em nossa segurança e na do animal, e passamos uma madeira por baixo da areia na qual o animal estava e a levamos para a lagoa mais próxima, cerca de uns 60 a 70 metros”, afirmou Fernanda.

Segundo o biólogo, mestre em biologia animal pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e vice-presidente do Conselho Regional de Biologia 10ª Região/ES, Daniel Gosser Motta, as arraias gostam de ficar na maré baixa em lugares com água parada e lama, como no vídeo. Por isso, é importante evitar andar nesses trajetos formados pela maré baixa, e caminhar arrastando o pé na areia, para não pisar na arraia e se acidentar.

Foto: Reprodução/Redes sociais

Ele afirma que pessoas que não tenham conhecimento técnico ao tentar mexer com qualquer animal podem machucá-lo.

Quando se trata de animal marinho, a mudança de temperatura da água também é um fator relevante, caso o animal seja retirado de um lugar com água mais quente e depois é colocado em um lugar com água mais fria, ocasionando choque térmico.

Daniel Gosser Motta

Além disso, há riscos para as pessoas que tentaram resgatar o animal. Motta destaca que a arraia pode ativar mecanismo de defesa, que neste caso é o ferrão. Ele causa lesões de difícil cicatrização, podendo levar até a necrose no local do acidente.

Apesar dos inúmeros riscos, Fernanda contou que ninguém se machucou e a arraia foi salva em segurança.

O biólogo informa que, ao encontrar animais marinhos encalhados, sejam eles vivos ou mortos, a orientação é ligar para o número 0800-991-4800, assim, uma equipe especializada do Projeto de Monitoramento de Praias vai realizar o resgate correto do animal.

Ana Piontkowski *

Estagiária

Graduanda em jornalismo pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e estagiária do Jornal Folha Vitória.

Graduanda em jornalismo pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e estagiária do Jornal Folha Vitória.