As tragédias que ocorreram no Rio Grande do Sul e em Mimoso do Sul, região Sul do Espírito Santo, em 2024, fizeram com que a Barragem dos Imigrantes, maior obra de saneamento do Estado, passasse por mudanças em seu projeto estrutural.
Por questões de segurança, a estrutura da barragem não será feita apenas de terra, mas também de concreto. O tamanho do vertedouro vai mais que dobrar de tamanho, passando de 35 para cerca de 80 metros.
Com isso, o valor da obra, que estava orçada em R$ 264 milhões, passará para R$ 316 milhões. Apesar do aumento no preço, a diretora de Engenharia e Meio Ambiente da Cesan, Kátia Côco, disse que as mudanças são necessárias para adaptação da estrutura a eventos extremos.
“A gente aumenta a segurança desse barramento, aumenta também a capacidade desse vertedouro, adaptada para eventos de cheias que estão cada vez mais extremos, então temos uma estrutura totalmente adaptada e redimensionada para eventos extremos”, disse.
Barragem vai atender 1 milhão de pessoas
Com uma área alagada de 109 hectares e uma altura de 53,50 metros, a Barragem dos Imigrantes beneficiará diretamente os municípios de Vila Velha, Cariacica, Vitória (Ilha) e parte de Viana, alcançando um total de 1.039.266 habitantes.
Segundo a diretora, a barragem contará com reserva de mais de 20 bilhões de litros de água, o que garante segurança de abastecimento para a população em casos de escassez hídrica.

“Esse barramento vai ter uma reserva hídrica de 23 bilhões de litros de água, isso garante à população um abastecimento de até seis meses em casos de escassez, que a gente, porventura, possa ter no futuro”, afirmou.
Para Luiz Fernando Schettino, doutor em Ciência Florestal, tão importante quanto ter água é necessário medidas para economizar o recurso, assim como pensar em métodos de preservação de bacias e do solo.
“Ter a água é importante, mas economizar água, tratar do ambiente da bacia, é fundamental, porque reservar água é uma das partes da segurança hídrica. O fundamental é que a sociedade participe ativamente da construção da barragem, do monitoramento, e assuma um compromisso de economizar água”, afirmou.
Além disso, o especialista afirma que são necessárias outras medidas que reduzam a poluição dos recursos hídricos.
Para ele, é necessário que a barragem ofereça água não só em quantidade, mas também com qualidade.
“Nós precisamos não só fazer a barragem, mas ter uma política muito eficaz, que hoje ainda não é, para proteger a bacia, o solo, para reduzir poluição, para que a gente possa ter essa barragem com água em quantidade e qualidade”, disse.
*Com informações do repórter Lucas Pisa, da TV Vitória/Record