
Ouvindo os relatos de colegas que estão na COP 30, é como se alguém tivesse colocado em palavras algo que eu sempre percebi nas minhas expedições, no contato com as comunidades, com pesquisadores, com voluntários e com as organizações ambientais do nosso Estado.
Uma frase em especial me chamou atenção:
“Quem executa é quem está na ponta.” Thaís Volpi, assessora especial da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEAMA).
E isso faz tanto sentido! Mas o que um monte de engravatado, provavelmente nunca estiveram nos territórios que estão decidindo o destino, têm a ver com isso?

Em minhas reflexões, entendo que as decisões tomadas nesses ambientes são como direcionamentos, para nós, como sociedade, caso concordemos, seguirmos. Caminhos são muitos, porém, qual seguir. Ao invés de caminharmos um para cada lado, talvez essas negociações sirvam para nos dar um norte.

A grandiosidade da COP
A Thais descreveu um cenário que impressiona. Pavilhões enormes, delegações de todos os cantos do mundo, discursos fortes, promessas ambiciosas. Todo mundo falando de futuro. Porém, enquanto ela caminhava por esse ambiente, algo chamava sua atenção. Havia uma distância clara entre o que era discutido ali e o que realmente acontece nos territórios.

É um contraste que eu também sinto. A COP é um palco grandioso, mas a vida real acontece longe dos holofotes. Ela está nas pequenas vilas de produtores rurais, nas comunidades que dependem de rios limpos, nos brigadistas que enfrentam incêndios com recursos limitados e nas organizações da sociedade civil, que cumprem um papel que o poder público não tem a capacidade de realizar. Elas conhecem a realidade mais do que qualquer documento internacional.
O peso das decisões
Quando a Thaís disse que “quem executa é quem está na ponta”, eu concordei imediatamente. É nas gestões estaduais e municipais que as políticas climáticas ganham corpo. São eles que conhecem os projetos sérios e sabem os nomes das pessoas que vivem ali. São eles que recebem as demandas da população, que entendem os conflitos e que precisam apresentar respostas possíveis, mesmo quando falta recurso, tempo ou apoio.
Essa visão não diminui a importância da COP. Mas reforça que o impacto concreto nasce do trabalho diário de quem está no território, com o pé no chão e com vínculos reais com as pessoas. Essa é a camada da conservação que mais admiro e apoio.
A transformação acontece aqui
A fala da Thais também me trouxe um sentimento de responsabilidade. Somos nós, que vivemos o Espírito Santo, que conhecemos as fragilidades e os potenciais do estado, que realmente podemos transformar algo. A COP é um espaço importante para articulação, troca e visibilidade. Mas quem transforma a floresta, o rio, o mangue ou a restinga é quem vive ali, quem conhece a sala de aula da comunidade rural, a reunião da prefeitura, as Unidades de Conservação, quem cria a agrofloresta, quem conversa com os moradores e escuta as histórias ancestrais.

A conservação começa nos acordos, mas se fortalece no cuidado, no cotidiano, no vínculo. E por isso essa reflexão é tão poderosa. Reflexões de quem observa o Espírito Santo com carinho
Quando penso no Espírito Santo, vejo um estado pequeno em área, mas gigante em diversidade. Da Mata Atlântica à restinga, dos manguezais às montanhas, somos um mosaico de ecossistemas, culturas e histórias. Por isso, acho importante nosso estado ser representado na COP.
A conservação é feita por quem está perto!
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