
Pesquisadores do Instituto O Canal registraram a presença de 96 baleias-jubarte durante um único dia de monitoramento científico realizado ao longo da costa de Guarapari. O recorde ocorreu após cerca de 10 horas de atividade no mar.
Segundo a bióloga marinha Bruna Rezende, coordenadora do projeto Amigos da Jubarte, o número elevado é reflexo direto do crescimento populacional da espécie nas últimas décadas.
Esse recorde é algo ocasional, mas resultado de um processo consistente. Desde a proibição da caça, na década de 1980, e com os esforços contínuos dos projetos de conservação, essa população tem crescido de forma constante
Bruna Rezende
As baleias avistadas pertencem à população “A”, que realiza migração anual da Antártica até o litoral brasileiro para reprodução.
Além do esforço de conservação, o turismo de observação responsável tem sido uma ferramenta fundamental para sensibilizar o público e ampliar o cuidado com os cetáceos e o ambiente marinho.
Durante o monitoramento, a equipe também coleta dados para identificar as áreas com maior risco de colisão entre grandes embarcações e baleias. O objetivo é utilizar essas informações na criação de medidas mitigatórias.
“O monitoramento serve para sobrepor os dados de localização das baleias com as rotas dos navios e entender onde há mais risco. Assim, conseguimos atuar para evitar colisões”, destacou a bióloga
Bruna também reforça que não houve mudanças no comportamento ou nas rotas migratórias da espécie. O maior número de avistagens está relacionado à presença cada vez mais frequente dos animais próximos da costa e à expansão natural da população.
Para quem deseja contribuir com a causa, a orientação é apoiar projetos sérios e praticar o turismo sustentável com agências cadastradas no site. Além disso, atitudes cotidianas como separar o lixo, reciclar e reduzir o consumo de materiais poluentes também ajudam na conservação dos oceanos.
“Quando a gente cuida do nosso lixo e dá a destinação correta, está contribuindo diretamente com o ecossistema marinho. Tudo está conectado”, finalizou.
Veja o vídeo:
*Texto sob a supervisão da editora Erika Santos