Kshamenk com uma cuidadora no cativeiro do Mundo Marino, na Argentina. Foto: Divulgação/Mundo Marino
Kshamenk com uma cuidadora no cativeiro do Mundo Marino, na Argentina. Foto: Divulgação/Mundo Marino

Kshamenk, uma orca macho de mais de cinco metros, conhecido como a orca mais solitária do mundo, morreu no último domingo (14) aos 36 anos, em um cativeiro na Argentina. O animal era a última orca vivendo em cativeiro na América Latina.

A orca vivia sem a companhia de outra da espécie há 25 anos, desde que sua companheira Belén morreu, em 2000. No tanque em que estava, também vive um golfinho fêmea, chamada Floppy.

Kshamenk havia sido resgatado ainda filhote em 1992 após um encalhe. Na época, não pôde ser reintroduzido à natureza e passou a ser cuidado pela equipe do Mundo Marino nos últimos 33 anos.

A morte aconteceu após uma parada cardiorrespiratória. Apesar dos esforços dos cuidadores e dos veterinários, a orca não resistiu. A equipe veterinária está analisando as circunstâncias e o que pode ter provocado a parada, mas tudo indica que o quadro está associado à sua idade avançada.

A orca viveu além da expectativa de vida da espécie na natureza, que gira em torno de 30 anos para os machos e 50 para as fêmeas.

O Mundo Marino publicou nas redes sociais um vídeo de despedida a Kshamenk.

Conheça a história de Kshamenk

Em fevereiro de 1992, Kshamenk foi resgatado de um encalhe pelo Mundo Marino com apenas 3 anos de idade, na Ría de Ajó, que desemboca na Baía de Samborombón, localizada na província de Buenos Aires.

A equipe de resgate foi informada de que quatro animais estavam encalhados, mas, ao chegar no local, identificou apenas uma pequena orca e que estava em situação crítica. Devido à fraqueza, o animal não poderia ser devolvido ao mar, apesar da atuação dos profissionais.

Kshamenk foi levado para as instalações do Mundo Marino, com aprovação das autoridades nacionais, para receber o tratamento adequado. Desde então, a orca passou a viver em um tanque de cerca de 12 metros de diâmetro e quatro metros de profundidade.

Além do estresse do encalhe, a Kshamenk havia perdido seu grupo familiar. As orcas são animais que vivem em grandes grupos matriarcais e permanecem na companhia de suas mães durante os primeiros anos de vida.

Na estrutura familiar, a mãe é responsável por ensinar a pequena orca a caçar e a sobreviver por seus próprios meios, mas todo o grupo social desempenha um papel importante na educação dos novos membros. Sem eles, a sobrevivência durante os primeiros anos é inviável. ​ ​

Por isso, após seu resgate, a equipe cuidou para que Kshamenk estivesse acompanhado em todo momento, e que aos poucos fosse ganhando confiança nas pessoas que estavam cuidando dele. Assim, os profissionais puderam colher amostras para o monitoramento da saúde do animal e fazê-lo aceitar a alimentação oferecida.

Kshamenk passou a ser usado como atração

Em junho deste ano, Kshamenk ficou conhecido após a ONG Tide Breakers denunciar as condições de vida da orca, vivendo em uma piscina pequena para seu tamanho e sendo usada como atração.

ONG denunciou condições de vida da orca em cativeiro. Divulgação/ONG Tide Breakers

Na Argentina, a “Lei Kshamenk” tramita no congresso desde 2022, mas não avançou. Ela proibiria a realização de espetáculos com animais marinhos no país e manutenção em cativeiro sem fins de reabilitação. O texto também propõe proibir a comercialização de material genético de animais.

Apesar da polêmica, Kshamenk continuou a participar regularmente de shows para o público, realizando saltos, acenos e movimentos sincronizados sob o comando de treinadores.

*Com informações de Noticias Ambientales e do Extra

Redação Folha Vitória

Equipe de Jornalismo

Redação Folha Vitória é a assinatura coletiva que representa a equipe de jornalistas, editores e profissionais responsáveis pela produção diária de conteúdo do Folha Vitória. Comprometida com a excelência jornalística, a equipe atua de forma integrada para garantir informações precisas, atualizadas e relevantes, sempre alinhada à missão de informar com ética, democratizar o acesso à informação e fortalecer o diálogo com a comunidade capixaba. O trabalho do grupo reflete o padrão de qualidade da Rede Vitória de Comunicação, consolidando o veículo como referência em jornalismo digital no Espírito Santo.

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