Meio Ambiente

Mais de 100 pinguins encalharam no ES em menos de dois meses

Os pinguins que vêm para o Brasil são os pinguins de Magalhães, naturais da Patagônia Argentina, e vêm para o país durante o período de migração

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Reprodução/Ipram
Reprodução/Ipram

Após o resgate de um pinguim na Praia de Itaoca, Itapemirim, Litoral Sul do Espírito Santo, o Instituto de Pequisa e Reabilitação de Animais Marinhos (Ipram) relatou que em julho e agosto, 126 aves encalharam no Estado.

Deste total, 66 foram encontrados em julho e outros 60 neste mês. Dos pinguins encalhados em julho, 53 foram encontrados já mortos, como explica o diretor do Ipram, o veterinário Luis Felipe Mayorga.

Ele conta que o fluxo de pinguins que encalhavam no litoral capixaba durante os anos 2010 era altíssima, o que inspirou, inclusive, a fundação do instituto.

Os pinguins que vêm para o Brasil são os pinguins de Magalhães, naturais da Patagônia Argentina, e vêm para o país durante o período de migração.

O veterinário explicou que normalmente os pinguins vão para o litoral fluminense, mas nos últimos 15 anos têm sido encontrados no Espírito Santo e na Bahia. Ele relata que o encalhe representa um sinal de que algo não está certo com animal.

“Quando eles encalham significa que algo está errado, pois eles são animais de alto mar, então vê-lo na praia não é normal. Ele é acostumado a comer animais marinhos, quando se aproxima da costa é em busca de comida, então acaba comendo algo que não faz bem, até mesmo lixo, então começam a encalhar”, relatou.

Cuidado com os animais

Os animais resgatados com vida estão sendo tratados no Ipram, assim como outros pinguins que já haviam sido socorridos meses antes.

Isso acontece porque antes de liberar os animais de volta à natureza e necessário tratá-los e fortalecê-los. Alguns pinguins já estão se recuperando em piscinas e tomando sol, convivendo no ambiente externo.

Reprodução/Ipram

Já os que foram resgatados recentemente ainda estão muito fracos, e a recuperação física é fundamental, como explica o especialista.

“A liberação deles não é individual, soltamos no fim da temporada, porque quanto menor o grupo, menor a chance de sobrevivência. É preciso dar atenção ao período de reabilitação, retomara a impermeabilidade das penas, que é fundamental para eles no mar, melhorar o sangue. Não adianta o pinguim estar bonito, parecer saudável, mas o sangue estar ruim”, explica.

O que fazer se encontrar um pinguim na praia

O especialista explica que ao encontrar um pinguim na praia, é necessário ligar para o monitoramento de praias, pelo número 0800 991-4800. É recomendável não encostar no animal, por risco de transmissão de gripe aviária.

Reprodução/Ipram

Apesar disso, quem encontrar o pinguim pode cobri-lo, sem tocá-lo, com uma toalha ou algum tipo de pano para manter o animal no local.

Guilherme Lage, repórter do Folha Vitória
Guilherme Lage

Repórter

Formado em Jornalismo, é repórter do Folha Vitória desde 2023. Amante de música e cinema.

Formado em Jornalismo, é repórter do Folha Vitória desde 2023. Amante de música e cinema.