Paisagem em risco

MPES quer proteger vista da Pedra Azul de expansão imobiliária da região

Segundo o órgão, a aceleração da ocupação no entorno da Pedra Azul gera risco à visão paisagística do monumento

Leitura: 3 Minutos
MPES quer proteger vista da Pedra Azul de expansão imobiliária da região MPES quer proteger vista da Pedra Azul de expansão imobiliária da região MPES quer proteger vista da Pedra Azul de expansão imobiliária da região MPES quer proteger vista da Pedra Azul de expansão imobiliária da região
Pedra Azul. Foto: Douglas Bittencourt
Pedra Azul. Foto: Douglas Bittencourt

O Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), por meio da Promotoria de Justiça de Domingos Martins, solicitou a abertura do processo de tombamento da visão da Pedra Azul, localizada na Região Serrana do Estado.

O pedido, feito para a Secretaria Estadual de Cultura (Secult) e para o Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) tem como objetivo garantir a preservação paisagística e urbanística do entorno do monumento. Além disso, o MPES quer certificar a proteção da região, por conta da especulação imobiliária na Região Serrana.

Leia também:

> Cesan adia início de obra na Leitão da Silva e não há previsão de nova data. Entenda

> Quatis no Caparaó: o dia em que roubaram meu pão

> O desafio da qualidade hídrica: do tratamento de esgoto às bacias hidrográficas

O órgão descreve no processo que a aceleração da ocupação no entorno gera “risco de sério e irreversível prejuízo à humanidade no que tange ao direito da paisagem”.

“O Ministério Público justifica que, pela beleza natural e importância cultural, a Pedra Azul ultrapassa o conceito de bem municipal, e apresenta-se como patrimônio natural da humanidade”, destaca o órgão.

Além disso, um relatório realizado pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) diz que o Parque Estadual da Pedra Azul “vem sofrendo nos últimos anos problemas ambientais que colocam em risco o alcance dos objetivos de sua criação legal”.

Adicionalmente, a pressão imobiliária ao redor da unidade conservação tem colocado em risco muitos elementos componentes de sua paisagem, principalmente a visada do maciço da Pedra Azul, consta no Relatório Técnico do Iema.

“Uso irregular do solo e água”

É destacado no documento sobre o uso irregular do solo e da água na região de Pedra Azul. Além da crescente expansão de condomínios sobre áreas naturais, que tem transformado e ameaçado a paisagem local.

“O relatório apontou, ainda, a região do Parque Estadual Pedra Azul como estratégica para o Estado no que tange ao ecossistema local, economia, turismo, ciência e outros aspectos”, narra o MPES.

Diante disso, o Iema orientou que são necessárias ações para garantia da preservação do local, como: o tombamento do maciço rochoso que compõe a paisagem da Pedra Azul (Pedra Azul, Pedra do Lagarto e Pedra das Flores) como patrimônio natural cultural.

“O MPES tem atuado para a concretização do processo e realizado reuniões com os órgãos responsáveis. Com isso, a instituição visa, a partir do ato administrativo do tombamento, preservar a paisagem do local e garantir sua integridade como bem da sociedade”, finaliza o MPES.