
O Espírito Santo vai ganhar mais um parque estadual e, desta vez, com um propósito decisivo: proteger uma das aves mais raras do planeta. O governo do Estado anunciou a criação do Parque Estadual Saíra-Apunhalada (Pesa), unidade voltada à conservação da saíra-apunhalada (Nemosia rourei), espécie criticamente ameaçada de extinção e exclusiva da Mata Atlântica capixaba.
Localizado em Vargem Alta, o novo parque vai possuir 234,6 hectares de área preservada e ocupará uma posição estratégica no território: ficará situado entre duas importantes Reservas Particulares do Patrimônio Natural, a Reserva Águia Branca e a Reserva Kaetés.
Essa localização garante a conectividade ecológica da região, reforçando a proteção do contínuo florestal conhecido como Mata de Caetés, considerado um dos refúgios mais relevantes da biodiversidade do Espírito Santo.
O Pesa foi criado para assegurar habitats essenciais ao ciclo de vida da saíra-apunhalada e de outras espécies ameaçadas, além de proteger recursos hídricos fundamentais, como nascentes, mananciais e áreas de recarga da sub-bacia do Ribeirão Caetés, que alimenta o Rio Itapemirim.
Também estão previstas ações de uso público sustentável, permitindo turismo ecológico, observação da natureza e atividades de educação ambiental, desde que compatíveis com a conservação do ecossistema.
Decreto
O decreto estabelece ainda uma zona de amortecimento de aproximadamente 1.535 hectares nos municípios de Vargem Alta e Castelo, onde atividades só poderão ocorrer se alinhadas aos objetivos da unidade.
Os imóveis privados situados dentro da área do parque foram declarados de utilidade pública para fins de desapropriação, a ser executada pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), responsável direto pela gestão da unidade.
Um conselho consultivo também será criado, garantindo participação social e técnica na implementação e no acompanhamento do parque.
Com a criação do Parque Estadual Saíra-Apunhalada, o Espírito Santo dá um passo significativo na proteção da Mata Atlântica e na recuperação da espécie que dá nome à unidade, considerada uma das aves mais raras e difíceis de observar no mundo.
O decreto que oficializa o novo parque foi publicado no Diário Oficial do Espírito Santo em 28 de novembro de 2025.