Você sabia que quem ajuda a proteger a segurança dos aviões no céu capixaba são gaviões? Isso mesmo. No episódio desta semana do PodNatureza, os biólogos Tamiris Chinelato e Felipe Furtado, da Linha Ambiental, explicam como gaviões evitam acidente aéreo no Aeroporto de Vitória com técnica, dedicação e uma conexão profunda entre homem e natureza.
A empresa é responsável por um trabalho de falcoaria inédito na aviação capixaba: aves treinadas sobrevoam a pista para afugentar outras espécies que possam representar riscos para pousos e decolagens.
O resultado? Menos colisões e mais segurança: tudo isso com base no comportamento natural da fauna local.
Gavião que voa por segurança
“É uma relação de confiança total”, resume Felipe, que trabalha com um dos gaviões há mais de 13 anos. Os animais não são forçados: estão livres e retornam aos profissionais por parceria, não por submissão.
“Parece que você é um treinador Pokémon. Acho que essa é uma das melhores comparações, porque a gente pega o bicho, treina ele para capturar outros animais. E, assim, é um privilégio trabalhar no Aeroporto de Vitória, principalmente porque é uma cidade muito biodiversa”, afirmou Tamiris.
Com turnos definidos para evitar sobrecarga, os gaviões Osco, Shiluba e Pan atuam todos os dias, auxiliando no controle da fauna e garantindo que os gaviões evitam acidente aéreo no Aeroporto de Vitória de forma precisa.
A rotina envolve cuidados veterinários, equipamentos de telemetria, luvas de proteção e objetos de treino, como uma isca utilizada no condicionamento físico e mental das aves.
“Eles são como atletas”, explica Tamiris. “Comem alimento pesado, recebem suplemento e treinam diariamente.”
Tecnologia, biodiversidade e segurança em equilíbrio
A presença dos gaviões é planejada com base em estudos diários da fauna local. Em Vitória, espécies como quero-queros e garças são comuns nos arredores do aeroporto.
Por isso, o gavião-asa-de-telha foi escolhido: ele é um predador natural da região e, só com sua presença, já afugenta outras aves.
Além do afugentamento, a equipe também realiza capturas e solturas, sempre com acompanhamento veterinário e registro por anilhas.
“Nosso trabalho preserva a vida humana e a biodiversidade. Se uma ave colide com um avião, o risco é grande para todos”, alerta Felipe.
Um aeroporto no coração da Mata Atlântica
O Aeroporto de Vitória está cercado por áreas verdes importantes, como a mata da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e a reserva de Goiabeiras.
“As pessoas acham que estão longe da natureza, mas vivem nela”, afirma Felipe. A biodiversidade resiste mesmo em meio aos bairros mais urbanizados da capital.
Tamiris reforça que o sucesso do trabalho só é possível porque toda a comunidade aeroportuária apoia o manejo de fauna.
E é esse esforço coletivo que torna possível afirmar: os gaviões evitam acidente aéreo no Aeroporto de Vitória com excelência e compromisso.
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Colunista
Doutor em ecologia de ecossistemas, mestre em ciência animal e presidente do Instituto Marcos Daniel.
Editora de Distribuição de Conteúdo
Formada em Jornalismo pela Faesa, atua como editora de distribuição de conteúdo e é responsável pelas redes sociais do Folha Vitória, conectando informação de qualidade ao público por meio das plataformas digitais. Apaixonada pela natureza, também se dedica à conservação da fauna brasileira e acredita no poder da comunicação para transformar realidades.
