Você já viu um marsupial de perto? A maioria das pessoas já nem sabe. Gambás, por exemplo, são grandes representantes deles. E, especialmente no Brasil, já fizeram ou fazem parte da vida cotidiana de muitos de nós.
Há causas importantes escondidas para a maioria e é indispensável que sejam conhecidas. A bióloga Iasmin Macedo é esse tipo de pessoa que faz a diferença.
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A primeira vez que tive contato com a Iasmin, foi quando ela estava organizando um Simpósio em Linhares-ES, onde ainda era estudante de graduação.
Nesse contexto, ela me convidou para dar uma palestra. Minha primeira na qual tive meus custos de viagem pagos. Mas o mais importante é que fui muitíssimo bem tratado.
Mal sabia eu, que tinha encontrado ali, pela primeira vez, alguém que iria se tornar uma amiga querida.
O Início da Jornada
Anos depois daquele Simpósio, Iasmin chegou ao Instituto Últimos Refúgios com a vontade de ser voluntária na ONG. Poderia ser qualquer função. Só queria ajudar! Descobrir um propósito.
No início, o trabalho era simples, inserir imagens no Banco de Imagens do Instituto Últimos Refúgios.
Passados alguns meses, comecei a provocá-la, tentando descobrir quais eram seus objetivos profissionais, pois parecia muito competente na atividade atual. Quase que um “desperdício”.
O Projeto Marsupiais
Após algumas conversas, consegui descobrir que o que ela mais gostava eram os Marsupiais. Foi aí que decidimos que iríamos procurar um projeto que trabalhasse com conservação de marsupiais para fazermos uma parceria.
No dia seguinte, Iasmin retornou ao escritório, meio chateada, pois não havia encontrado um projeto de conservação desses animais tão incompreendidos. Foi aí que eu disse: “Vamos criar um então?”.
Ela me questionou como se criava um projeto de conservação. E eu respondi que era “simplesmente começando”!
Uma paixão
Em uma das primeiras ações do projeto em campo, fotografei a Iasmin com um gambá resgatado nos braços, com a mesma delicadeza e respeito que um médico teria com um recém-nascido em situação crítica.
Foi ali, atrás das lentes, que entendi melhor o papel que ela desempenharia na conservação da nossa fauna.
Uma bióloga, uma força da natureza — daquelas que não recuam diante de obstáculos e que transformam pequenos gestos em grandes mudanças.
Entre ciência, paixão e ação
A história de Iasmin se entrelaça à do Instituto Últimos Refúgios, onde hoje é presidente. Desde 2017, ela coordena equipes de pesquisa, orienta voluntários e comanda as ações do Projeto Marsupiais, uma iniciativa pioneira que reúne ciência e empatia para proteger gambás, cuícas e outros marsupiais ainda pouco conhecidos e valorizados pela população.
Esse projeto, que nasceu do desejo de transformar conhecimento técnico em linguagem acessível, já levou informações científicas às redes sociais por meio de vídeos, ilustrações, textos e imagens — incluindo as que venho registrando ao longo dos anos. Fotografias que ajudam a contar essa história de dedicação e persistência.
Marsupiais: um mistério de popularidade
Muita gente ainda torce o nariz para os gambás. Mas para a minha surpresa, as mídias sociais do projeto são muito populares. Apesar de eles desempenharem um papel essencial no controle de zoonoses, acredito que seu charme venha da proximidade que eles têm de nossas vidas. Todos tivemos uma vez na vida, contato com esses carinhas.
Outros, menos conhecidos, como as cuícas, também contribuem para o equilíbrio ecológico ao se alimentarem de insetos e frutas, ajudando na dispersão de sementes e na regeneração das matas.
O trabalho de Iasmin e sua equipe tem sido importante para sensibilizar a sociedade sobre a importância dos marsupiais, mapear essas espécies, entender seus comportamentos, identificar ameaças e propor soluções para sua proteção.
Inclusive, já está em andamento a criação de protocolos específicos de resgate, cuidados e reabilitação dos marsupiais atendidos nas cidades da Grande Vitória.
Inclusive, o Instituto Últimos Refúgios foi a primeira instituição no Brasil a firmar convênio com o IBAMA, para ajudar a cuidar voluntariamente dos animais resgatados no Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS-ES). Há 5 anos e milhares de animais ajudados, acredito que Iasmin e sua equipe têm feito uma real diferença na proteção da fauna capixaba.
Uma comenda que simboliza reconhecimento
Em 2022, o trabalho da Iasmin foi oficialmente reconhecido com a entrega da Comenda “Augusto Ruschi”, a maior honraria ambiental do Espírito Santo.
A medalha, que carrega o nome do patrono da ecologia no Brasil, foi entregue na Assembleia Legislativa do ES, pelas mãos do deputado Fabrício Gandini.
Esse momento selou a importância do que já vínhamos sentindo no campo: que a atuação da Iasmin no Instituto Últimos Refúgios e no Projeto Marsupiais está fazendo a diferença.
Uma missão
Quando vejo as imagens que fiz da Iasmin em ação, percebo que elas carregam uma energia rara. Uma vontade de inspirar novas conexões entre pessoas e natureza.
O projeto que ela lidera não nasceu para ficar restrito a relatórios técnicos — ele pulsa nas redes, nas escolas, nas parcerias com o CETAS/ES, e na esperança de que possamos viver em equilíbrio com os outros seres que compartilham nosso território.
Um chamado coletivo pela empatia
No fundo, o que o Projeto Marsupiais propõe é simples e poderoso: transformar a maneira como olhamos para os animais silvestres. E essa mudança começa quando nos permitimos conhecer, entender e respeitar. Seja com um clique de câmera, com um post nas redes ou com uma doação que ajude a comprar suplementos e medicamentos para os filhotes resgatados.
Orgulho e continuidade
Ao contar essa história, meu objetivo vai além de divulgar o projeto Marsupiais. É um convite para que mais pessoas se encantem com o trabalho da Iasmin Macedo e se somem a essa causa.
Visite, comente, curta e compartilhe o conteúdo que a Iasmin e sua equipe publicam nas mídias do projeto.
Envie o link da matéria para seus amigos que vão curtir esta história. Sua interação é fundamental para manter viva a nossa chama da conservação e mostrar ao mundo a importância de proteger nossa biodiversidade.
Espero que tenham gostado desta história. Te vejo na próxima aventura!
Fotógrafo de Natureza, Cinegrafista e Produtor Cultural
Fundador e diretor voluntário do Instituto Últimos Refúgios, OSC ambiental/cultural sem fins lucrativos, que atua desde 2011 na divulgação e sensibilização ambiental, estimulando o diálogo entre sociedade, organizações ambientais, instituições privadas e governamentais. Fotógrafo de natureza, documentarista desde 2004, Merçon é focado na proteção da natureza, com Mestrado em Conservação da Biodiversidade e Desenvolvimento sustentável pela ESCAS/Instituto IPÊ. Também formado em Design Gráfico pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Estudou fotografia voltada para publicações na Academia de Mídias e Artes, na Alemanha. O colunista acredita e trabalha em atividades de sensibilização ambiental (em especial com crianças) e fomento do turismo relacionado à natureza. Leonardo Merçon também tem dezenas de livros impressos e documentários em vídeo publicados. Realiza trabalhos ajudando a contar histórias por meio de imagens em mídias nacionais e internacionais, como a BBC de Londres e National Geographic Brasil, dentre outras.
