Resíduos de cerveja viram bioplásticos – novo material circular surge na Sicília

Em uma pequena vila na Sicília, eles estão testando como os resíduos da produção de cerveja podem se tornar matérias-primas para bioplásticos que substituem plásticos fósseis em embalagens, brinquedos e na fabricação de automóveis.

O projeto LIFE RESTART desenvolveu um processo no qual o resíduo de cervejaria Drav é misturado com aditivos naturais e convertido em bioplásticos moldáveis. O Drav representa cerca de 85% de todos os resíduos de cervejarias e, para cada 100 litros de cerveja produzida, cerca de 20 quilos do material são gerados.

“Queremos mostrar que algo que antes era considerado resíduo pode se tornar a base de uma nova indústria”, afirma Giacomo Pinaffo, gerente de projetos do LIFE RESTART, em um comunicado à imprensa.

A produção ocorre em Roccavaldina, na Sicília, onde uma fábrica anteriormente abandonada foi convertida em uma planta piloto. O objetivo é produzir 300 toneladas de bioplástico e, assim, substituir a quantidade correspondente de plásticos fósseis no mercado.

Além do drav, produtos residuais da prensagem da azeitona e do processamento dos grãos de café também estão sendo testados, o que pode ampliar ainda mais a gama de aplicações do material.

A iniciativa já criou sete novos empregos em uma região que há muito tempo luta contra o despovoamento e o desemprego. O objetivo é criar um cluster local de inovação para a indústria verde, onde pesquisadores, designers e fabricantes colaboram em novos materiais de base biológica.

“Não se trata apenas de reduzir o desperdício, mas de criar uma cadeia de valor onde os fluxos de resíduos locais se tornem recursos globais”, afirma Giacomo Pinaffo.

Os plásticos de base biológica da Sicília estão sendo testados em diversos setores, incluindo a indústria automotiva, a construção civil e a fabricação de calçados.

Se o projeto chegar ao mercado, espera-se que gere um faturamento de cerca de um milhão de euros em três anos, além de ajudar a reduzir o desperdício de plástico e o impacto climático.

Ao combinar resíduos da indústria alimentícia com a tecnologia do plástico, o projeto mostra como os fluxos circulares podem criar novos negócios em regiões que, de outra forma, correm o risco de perder pessoas e oportunidades.

Texto: Henrik Persson

Celso Bastos

Colunista

Arquiteto e Urbanista, Mestre em Engenharia Civil e Doutor em Engenharia Ambiental, é Sócio fundador da NB Projetos Ltda. (projeto e consultoria), Diretor Técnico da OUT arquitetura & engenharia, Coordenador do Clube de Economia Circular – Vitória (Londres), Ambassador in Brazil of the International Circular Construction Cluster (ICCC). (Eslovênia), Profissional com mais de 40 anos de atuação na área de projetos, e construções, como foco na Sustentabilidade, Economia Circular e Construção Circular.

Arquiteto e Urbanista, Mestre em Engenharia Civil e Doutor em Engenharia Ambiental, é Sócio fundador da NB Projetos Ltda. (projeto e consultoria), Diretor Técnico da OUT arquitetura & engenharia, Coordenador do Clube de Economia Circular – Vitória (Londres), Ambassador in Brazil of the International Circular Construction Cluster (ICCC). (Eslovênia), Profissional com mais de 40 anos de atuação na área de projetos, e construções, como foco na Sustentabilidade, Economia Circular e Construção Circular.