Sete tartarugas verdes, da espécie Chelonia mydas, foram encontradas mortas em uma rede de pesca na Ilha do Frade, próxima à Baía das Tartarugas, em Vitória, na tarde de domingo (17).
Segundo o Instituto de Pesquisa e Reabilitação de Animais Marinhos (Ipram), os animais, ainda jovens, já estavam em avançado estado de decomposição, o que indica que morreram no mar e ficaram presos à rede por pelo menos dois dias.
Veja imagens do resgate:
A Fundação Projeto Tamar foi responsável pelo resgate e encaminhamento dos animais. O acionamento do Tamar ocorreu por meio de ligação telefônica, feita por pessoas que encontraram as tartarugas presas na rede de pesca.
Segundo a instituição, existem duas formas de atendimento:
- Monitoramento diário de praias, feito em áreas de acesso viável;
- Atendimento por acionamento, quando moradores ou banhistas encontram animais encalhados ou presos e ligam para o número de contato disponibilizado.
Nos casos em que os animais são encontrados vivos, eles são encaminhados ao Ipram para reabilitação. Quando já chegam mortos, como neste episódio, são enviados para a necropsia, também realizada pelo instituto.
De acordo com o Ipram, equipes realizaram necropsia nos animais para formalizar a causa da morte. O instituto informou que monitora praias onde há ação da Petrobras.
Nossa equipe realizou o exame necroscópico para formalizar a causa da morte e coletar informações adicionais sobre os hábitos de vida e doenças concomitantes. Esse trabalho se dá no âmbito do projeto de monitoramento de praias da Petrobras, uma pesquisa que foi exigida pelo Ibama no processo de licenciamento ambiental da petroleira.”
Luis Felipe Mayorga – Ipram
Por nota, a Prefeitura de Vitória informou que está desenvolvendo o Plano de Manejo da APA da Baía das Tartarugas, para organizar o uso sustentável da área onde os animais se situam.
Ainda segundo a prefeitura, a rede utilizada parecia ser uma rede de espera, cujo uso não é permitido no município, e que não foi possível constatar a ocorrência em flagrante.
É inadmissível que práticas agressivas e criminosas contra a fauna marinha continuem ocorrendo. A rede apresentada estava fora d’água e possui todas as características de uma rede de espera, equipamento que, assim como o balão, não é permitido. Nossa equipe de fiscalização foi acionada por meio de denúncia anônima no final da tarde, mas não conseguiu constatar a ocorrência em flagrante.”
Prefeitura de Vitória
A prefeitura afirmou ainda que segue apurando o caso e solicita que a população continue colaborando, realizando novas denúncias que possam indicar eventuais responsáveis por esse tipo de prática.