
Uma tartaruga-verde adulta (Chelonia mydas), pesando 185 quilos, foi solta nesta quarta-feira (5), na Baía de Vitória, após 71 dias de reabilitação no Instituto de Pesquisa e Reabilitação de Animais Marinhos (Ipram).
O resgate do animal, que é uma fêmea, aconteceu em 26 de agosto, na praia de Manguinhos, na Serra. A soltura foi feita em parceria com os Amigos da Jubarte (Instituto O Canal).
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O réptil, de hábitos oceânicos, não realiza ninhos no litoral, mas nas ilhas oceânicas, como Fernando de Noronha, Atol das Rocas e Ilha da Trindade. No momento do resgate, apresentava bom escore corporal e comportamento ativo, mas estava bastante desorientada.
Segundo a equipe do Ipram, havia a possibilidade de soltura imediata, mas a decisão foi de encaminhar o animal para exames detalhados, diante da suspeita de algo incomum no encalhe.
Os exames clínicos confirmaram a presença de bolhas de ar nos vasos sanguíneos, diagnosticando o quadro como Doença Descompressiva, uma condição em tartarugas marinhas. O distúrbio ocorre quando gases dissolvidos no sangue e órgãos formam bolhas após uma mudança rápida de pressão, bloqueando a circulação e podendo causar colapso circulatório e morte.
“Esse tipo de ocorrência é semelhante ao que acontece com mergulhadores ou pilotos expostos a variações bruscas de pressão. Acreditamos que essa tartaruga tenha sido capturada acidentalmente por algum petrecho de pesca e forçada a subir rapidamente à superfície, o que provocou a doença”, explicou Luis Felipe Mayorga, sócio-fundador e presidente do Ipram.
Após o diagnóstico, a tartaruga passou por tratamento intensivo até atingir condições ideais para o retorno ao habitat natural. A soltura marca o fim de um processo de reabilitação bem-sucedido e reforça o compromisso do Ipram com a conservação da fauna marinha no litoral capixaba.
Sobre o IPRAM
O Instituto de Pesquisa e Reabilitação de Animais Marinhos (Ipram) é uma organização dedicada à conservação, pesquisa e reabilitação da fauna marinha no Espírito Santo.
A instituição atua no resgate, tratamento e devolução de animais ao ambiente natural, além de desenvolver ações de educação ambiental e projetos de monitoramento da biodiversidade costeira.