Cineasta

Capixaba presa nos EUA pode ser deportada nesta quarta e marido pede ajuda

A cineasta capixaba Bárbara Marques foi presa durante uma audiência em Los Angeles para obtenção do green card

Leitura: 4 Minutos
Bárbara Marques é cineasta. Foto: Arquivo pessoal
Bárbara Marques é cineasta. Foto: Arquivo pessoal

A cineasta capixaba, Bárbara Marques, que está presa no Serviço de Imigração e Controle de Aduanas dos Estados Unidos (ICE) pode ser deportada nesta quarta-feira (1º). A informação foi compartilhada pelas redes sociais da amiga, Nikki Groton e marido Tucker May.

Bárbara foi presa pelo ICE durante uma audiência em Los Angeles para obtenção do green card. Segundo a publicação da amiga da cineasta, Bárbara não poderia ser legalmente deportada enquanto o juiz analisa seu caso.

Mas, apesar disso, o ICE agendou a deportação e teria a transferido para o Centro de Detenção em Alexandria, no estado da Louisiana. Essa ação estaria violando a lei federal dos Estados Unidos.

Diante da situação envolvendo a cineasta, ele pede uma intensa mobilização, “tempestade de ligações e e-mails” para as autoridades de Louisiana exigindo que a deportação de Bárbara seja suspensa enquanto o caso estiver ativo nos Estados Unidos.

Prisão após audiência de imigração

O marido, o montador e ator norte-americano Tucker May, contou que a cineasta foi presa logo após um encontro com agentes de imigração no prédio federal do centro de Los Angeles. A prisão aconteceu no último dia 16 de setembro.

Ele relatou que, ao fim da reunião, os atendentes afirmaram que tudo estava correto com a documentação do casal.

Pouco depois, no entanto, um funcionário teria usado o pretexto de uma impressora quebrada para separar Bárbara de seu advogado, momento em que foi levada sob custódia.

“O motivo da prisão foi uma audiência judicial de 2019 que minha esposa nunca foi notificada”, afirmou May em publicação no Instagram.

Dificuldades de acesso à defesa

Depois da prisão, Bárbara foi encaminhada ao Centro de Detenção de Adelanto, na Califórnia. De acordo com May, a unidade dificultou a comunicação da cineasta com seus advogados.

“O centro de Adelanto tem impedido ativamente que minha esposa converse com seu advogado, atrasando a entrega de documentos que foram enviados para a unidade”, disse.

O marido ainda relatou que, mesmo após os advogados terem protocolado uma ordem judicial para impedir a remoção da brasileira, ela foi transferida para outro local.

“Na noite passada, ela foi levada da instalação de Adelanto para um destino não revelado. Eles podem estar mandando-a para qualquer lugar do mundo, e nós não temos como saber”, escreveu.

O que diz o Itamaraty?

O Ministério das Relações Exteriores, por intermédio do Consulado-Geral do Brasil em Los Angeles, tem conhecimento do caso e presta assistência consular à nacional brasileira. 

Em atendimento ao direito à privacidade e em observância ao disposto na Lei de Acesso à Informação e no decreto 7.724/2012, o Ministério das Relações Exteriores não divulga informações pessoais de cidadãos que requisitam serviços consulares e tampouco fornece detalhes sobre a assistência prestada a brasileiros.

Ministério das Relações Exteriores

Quem é Bárbara Marques

Nascida em Vitória (ES), Bárbara Marques é formada em Cinema pela Universidade Estácio de Sá, no Rio de Janeiro. Desde 2018, ela vive em Los Angeles, onde desenvolveu carreira como diretora, produtora e atriz.

Em entrevista à Voyage LA, ela conta que o interesse pelas artes surgiu ainda na infância, inspirado pela tia, a atriz Elisa Lucinda. Aos 17 anos, Bárbara estreou nos palcos em uma montagem de “O Santo e a Porca”, de Ariano Suassuna.

Aos 19 anos, mudou para o Rio de Janeiro para estudar interpretação na Casa das Artes de Laranjeiras (CAL) e, posteriormente, aprofundou sua formação em cinema. No período, trabalhou em curtas-metragens, peças teatrais e em produções de TV e cinema, além de atuar em projetos em Angola.

Em Los Angeles, dirigiu o curta “Cartaxo” (2019), em homenagem à atriz Marcelia Cartaxo, além de produções como “Love” (2023), vencedor de melhor documentário no Filmae Film Festival de Brasília, e “Pretas” (2023), exibido no Los Angeles Brazilian Film Festival.

Repórter do Folha Vitória, Maria Clara de Mello Leitão
Maria Clara Leitão

Produtora Web

Formada em jornalismo pelo Centro Universitário Faesa e, desde 2022, atua no jornal online Folha Vitória

Formada em jornalismo pelo Centro Universitário Faesa e, desde 2022, atua no jornal online Folha Vitória