Após passar um mês detida pelo Serviço de Imigração e Controle de Aduanas dos Estados Unidos, a cineasta capixaba Bárbara Marques foi libertada.
A notícia foi divulgada nas redes sociais por seu marido, o ator norte-americano Tucker May, que publicou uma mensagem emocionada de agradecimento a todos que acompanharam o caso e ajudaram na mobilização internacional por sua libertação.
Estou mais do que emocionado em dizer que Bárbara está de volta para casa! Obrigado a todos os que ofereceram palavras gentis, nos mantiveram em seus pensamentos ou ajudaram com nossas campanhas de telefonemas para garantir que recebemos o devido processo ao abrigo da lei. Nós amamos todos vocês!
Tucker May, marido de Bárbara
A soltura de Bárbara, que é sobrinha da atriz Elisa Lucinda, marca o desfecho de uma série de apelos públicos, campanhas de arrecadação e pedidos de intervenção diplomática feitos por familiares, amigos e autoridades brasileiras.
Desde a prisão, ocorrida em 16 de setembro, o caso ganhou repercussão e mobilizou entidades de direitos humanos no Brasil e nos Estados Unidos.
O marido, na postagem, não informou onde o casal está. A reportagem do Folha Vitória tenta contato com a família para pegar mais detalhes da libertação da cineasta.
Detenção e denúncias de maus-tratos
Bárbara Marques foi presa após comparecer a uma reunião com agentes de imigração no prédio federal de Los Angeles, enquanto aguardava a tramitação do processo de solicitação do green card, o documento de residência permanente nos EUA.
Durante as semanas em que permaneceu sob custódia do ICE, seu marido relatou condições consideradas desumanas. Segundo Tucker, Bárbara chegou a passar mais de 12 horas sem água ou comida, dormiu com sapatos como travesseiro e teve negado o acesso a medicação e cuidados médicos necessários para tratar um problema crônico de coluna.
As denúncias levaram a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) a intervir.
A deputada Camila Valadão (Psol) enviou um ofício ao Itamaraty, pedindo providências urgentes e acompanhamento do caso pelo Consulado-Geral do Brasil em Los Angeles.
Esperança e mobilização
Antes da libertação, Bárbara havia sido transferida várias vezes entre centros de detenção, passando pela Louisiana, Arizona e Califórnia.
Em uma das últimas atualizações antes do retorno, May contou que as mulheres no centro de detenção “aplaudiram e correram para abraçá-la” quando ela chegou à Califórnia, em um gesto de solidariedade.
Ainda não foram divulgados detalhes sobre o processo de libertação ou sobre a situação migratória da cineasta.
“Esse é o poder do apoio coletivo”, destacou Tucker em nova publicação. “Vocês ajudaram a trazer Bárbara de volta para casa.”