Museu do Louvre, em Paris
Reprodução/Instagram/@MuseeLouvre

O Museu do Louvre, em Paris, na França, que foi roubado a menos de um mês, possuía diversas falhas em seu sistema de segurança. Documentos de auditorias privadas mostraram que o sistema de vigilância utilizava senhas extremamente simples, como a palavra “Louvre”, para acessar o sistema por vídeo, em 2014.

Essas informações foram divulgadas pelo jornal francês Libération após o assalto de joias avaliadas em US$ 102 milhões (R$ 548 milhões) e apontam que as falhas são antigas e estruturais.

Segundo os documentos, o museu operava com softwares desatualizados, falta de manutenção e senhas frágeis em sistemas críticos.

Inicialmente, o governo francês negava as falhas na segurança, porém, após as informações serem divulgadas, a ministra da Cultura, Rachida Dati, reconheceu a existência das vulnerabilidades.

Problemas na segurança

Conforme indicado pelos documentos, os problemas existem há pelo menos uma década. O Ministério da Cultura identificou oito programas que não recebiam atualizações há anos. Eles protegem o acervo e controlam o acesso.

Entre eles está o Sathi, sistema desenvolvido pela empresa Thales em 2003 para monitorar câmeras e controlar entradas. A empresa informou que não mantinha contrato ativo com o Louvre e que o museu não renovou o suporte técnico.

Em 2021, o software ainda operava em servidores como Windows Server 2003, que parou de receber atualizações da Microsoft em 2015.

Outra senha também utilizada pelo museu, em 2014, foi o nome da empresa que fornecia o programa, Thales. Essas falhas na vigilância do Louvre, permitiam especialistas em cibersegurança acessarem, em testes, a rede interna do museu com o uso de computadores comuns. Eles podiam até alterar permissões de crachás no controle interno.

Especialistas revelam que, com esses problemas, certas permissões e controles do museu poderiam ter sido acessadas remotamente.

Roubo no Louvre

Até o momento, quatro pessoas foram presas por suspeita de envolvimento no roubo no Louvre, porém nenhum dos itens foi recuperado.

Entre os presos, está um argeliano, de 34 anos, que mora na França desde 2010. Ele é apontado como um dos responsáveis por cortar os vidros das janelas da Galeria Apollo.

Ele foi preso seis dias após o assalto, no aeroporto Charles de Gaulle, quando estava prestes a embarcar para a Argélia sem passagem de volta. Outro homem, de 39 anos, foi detido porque seu DNA foi encontrado em uma das vitrines onde as joias estavam expostas.

Um casal – um homem, de 37 anos, e uma mulher, de 38 – também foram presos. O DNA dos dois foi encontrado no elevador da empilhadeira utilizada para acessar o museu. A mulher nega o envolvimento com o crime.

Veja fotos das joias roubadas

*Com informações do Estadão, UOL e do Metrópoles.

Ana Piontkowski *

Estagiária

Graduanda em jornalismo pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e estagiária do Jornal Folha Vitória.

Graduanda em jornalismo pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e estagiária do Jornal Folha Vitória.