Lô Borges (Foto/reprodução: Redes Sociais)
Lô Borges (Foto/reprodução: Redes Sociais)

O cantor e compositor Lô Borges, um dos fundadores do grupo Clube da Esquina, morreu na noite de domingo (2), aos 73 anos, em Belo Horizonte, sua cidade natal. O artista estava internado desde o dia 18 de outubro, tratando um quadro de intoxicação medicamentosa.

Salomão Borges Filho nasceu em 10 de janeiro de 1952, veio de uma família musical e era o sexto dos 11 filhos de Maricota e Salomão Borges. Irmão de outros músicos, como Márcio Borges, também fundador do Clube da Esquina, formado por Milton Nascimento, Fernando Brant , Beto Guedes, Toninho Horta e Wagner Tiso.

Lô foi uma das figuras centrais na construção da sonoridade mineira, sendo compositor de clássicos como “Um Girassol da Cor do Seu Cabelo”, “Tudo Que Você Podia Ser”, “O Trem Azul”, “Clube da Esquina nº 2”, “Para Lennon e McCartney”, “Feira Moderna”, “Vento de Maio”, “A Via Láctea”, “Paisagem da Janela”, “Equatorial” e “Sonho Real”.

O início do Clube da Esquina e a carreira

Em 1972, com apenas 20 anos, o cantor lançou dois discos fundamentais da música brasileira. Um deles foi o álbum “Clube da Esquina”, em parceria com Milton Nascimento, considerado um dos maiores álbuns de todos os tempos, tanto pela crítica nacional quanto internacional. O disco traz clássicos como “O Trem Azul”, “Paisagem da Janela” e “Um Girassol da Cor do Seu Cabelo”.

No mesmo ano, Lô lançou seu primeiro disco solo, conhecido como “Disco do Tênis”, nome inspirado na capa fotografada por Cafi, que também assinou a icônica capa do álbum duplo Clube da Esquina, que trazia dois meninos representando Lô e Milton Nascimento.

Ele e Milton começaram a parceria na esquina das ruas Paraisópolis e Divinópolis, em Santa Tereza, onde a música do Clube da Esquina nasceu e se consolidou como um movimento revolucionário ao misturar MPB, rock, jazz, folk e elementos clássicos. O disco Clube da Esquina foi eleito, mais de 50 anos depois, o nono melhor álbum de todos os tempos pela revista norte-americana Paste Magazine, entre 300 discos icônicos da música mundial.

Reconhecimento e parcerias

Ao longo da carreira, Lô Borges teve suas composições gravadas por grandes nomes da MPB, como Elis Regina, Tom Jobim, Samuel Rosa, Beto Guedes, Lobão, Nando Reis e Caetano Veloso. Com Caetano, compôs a canção “Sem Não”.

Em agosto de 2025, lançou “Céu de Giz”, em parceria com Zeca Baleiro, mantendo uma agenda ativa com shows e lançamentos desde 2019, quando passou a lançar um disco autoral por ano.

Em dezembro de 2022, Lô comemorou 50 anos de carreira com o projeto “50 Anos de Música”, apresentado na Sala Minas Gerais, em Belo Horizonte, ao lado da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais.

Lô Borges deixa o filho Luca Borges, de 27 anos, cinco irmãos, Márcio, Telo, Marilton, Nico e Yé, e uma legião de fãs e admiradores. Sua trajetória marcou a MPB, consolidou a música mineira como referência mundial e eternizou canções que seguem influenciando gerações.

*Com informações de Itatiaia e O Tempo

Leiri Santana, repórter do Folha Vitória
Leiri Santana

Repórter

Jornalista pela Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) e especializada em Povos Indígenas.

Jornalista pela Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) e especializada em Povos Indígenas.