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Acolhimento: a importância do apoio a mães e cuidadoras de neurodivergentes

Quando fortalecemos quem cuida, fortalecemos as crianças e suas famílias. Cuidar de quem cuida é uma forma de inclusão genuína

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Mãe com criança neurodivergente. Foto: Freepik
Mãe com criança neurodivergente. Foto: Freepik

*Artigo escrito por Jéssica Bruna Borges Pereira, psicóloga, doutora em Psicologia e professora do curso de Psicologia da Faesa.

Receber o laudo com o diagnóstico do filho é um momento que divide a vida de muitas famílias em “antes” e “depois”. Para os pais, de um modo geral, mas em especial para as mães e cuidadoras, esse papel carrega muito mais do que palavras médicas: carrega a quebra de expectativas, a necessidade de reconstruir sonhos e a urgência de se adaptar a uma nova rotina.

A maternidade, já atravessada por cobranças sociais e idealizações, torna-se ainda mais complexa quando envolve crianças neurodivergentes. Consultas médicas, terapias e tratamentos frequentes passam a organizar o calendário da família.

Atividades simples, como sair para passear ou ter um momento de descanso, precisam ser adaptadas ou são deixadas de lado.

Quase sempre, essa responsabilidade recai sobre as mães, que assumem o papel central de cuidadoras, acumulando funções e renunciando a partes importantes de suas próprias vidas.

Jéssica Bruna Borges Pereira, psicóloga, doutora em Psicologia e professora do curso de Psicologia da Faesa. Foto: Faesa/Divulgação

Não é raro que essas mulheres enfrentem uma sobrecarga emocional profunda. Entre o cansaço físico e o peso das exigências cotidianas, surgem sentimentos de culpa, solidão e a sensação de abandono de si. A ausência de uma rede de apoio só amplia esse sofrimento.

É justamente nesse ponto que surgem como fundamentais iniciativas de cuidado a essas mãe e cuidadoras. O projeto de extensão “Entre Nós: Apoio e Acolhimento Para Mulheres Cuidadoras” e grupos de acolhimento promovidos pelos alunos do curso de Psicologia da Faesa se voltam para oferecer muito mais do que escuta: oferecem a chance de reconhecimento e esperança.

Ao se encontrar com outras mulheres que vivem desafios semelhantes, cada mãe descobre que não está sozinha, resgata sua autoestima e encontra estratégias práticas para lidar com a rotina.

Quando fortalecemos quem cuida, fortalecemos também as crianças e suas famílias. Cuidar de quem cuida é, portanto, uma forma de inclusão genuína, que se traduz em prática. Se desejamos uma sociedade mais justa, precisamos olhar para além do diagnóstico e compreender que acolher famílias de pessoas neurodivergentes é uma responsabilidade coletiva.

Por isso, caso exista o interesse em participar desses grupos de acolhimento promovidos pelos alunos de Psicologia, é só entrar em contato com a Clínica-Escola de Psicologia da Faesa pelo WhatsApp (27) 99817-5148.

Nenhuma mãe deveria enfrentar essa jornada em solidão. E cada passo em direção ao apoio é também um passo em direção a uma sociedade mais humana.