Vista aérea do Cais das Artes
Foto: Thiago Soares/Folha Vitória

Mais do que um equipamento cultural, o Cais das Artes representa uma aposta no futuro. O complexo projetado por Paulo Mendes da Rocha começou a ser erguido em 2010, idealizado pelo então governador Paulo Hartung. A previsão era que a obra demorasse 18 meses, com orçamento de R$ 115 milhões. Custou R$ 200 milhões, a mais.

Marcada por algumas paralisações, principalmente por conta de disputas judiciais e problemas em contratos com as construtoras, a obra levou até aqui 15 anos. Atravessou a gestão entre 2011 e 2014 de Renato Casagrande, o governo seguinte de PH até 2018 e será inaugurada por Casagrande.

Para viabilizar a retomada das obras, o atual governo costurou um acordo judicial para desbloquear investimento e determinou uma fiscalização mais rigorosa do Tribunal de Contas. Também anunciou a concessão do espaço para a iniciativa privada, a partir de licitação. A entrega do Cais das Artes sob certa perspectiva é uma demonstração de que políticas de Estado estão para além das brigas entre opositores.

Agora, com a inauguração marcada para dezembro, o Cais das Artes nasce grande na forma e na proposta. A cultura, quando entendida como política pública estratégica, move a economia, gera empregos e transforma territórios.

Cada espetáculo apresentado, cada exposição visitada é também um ato de desenvolvimento econômico e social, afinal movimenta a cadeia produtiva e amplia o horizonte criativo do Estado, ou seja, de maneira muito objetiva coloca o Espírito Santo no mapa cultural do Brasil e potencializa o turismo em Vitória.

Fundamental, portanto, que esse seja um espaço dos artistas capixabas e daqueles para além das nossas fronteiras, que tragam uns e outros olhares múltiplos. É simbólico que o primeiro grande evento a ocupar o espaço — o Buy ES, promovido pela Apex e pela Rede Vitória — una cultura e negócios. O objetivo é reunir lideranças, especialistas e o setor produtivo para conectar o Estado a novas oportunidades de investimentos.

O Espírito Santo que todos nós queremos é aquele que entende que desenvolvimento econômico-social e o desenvolvimento cultural caminham juntos.