Como o filme “Fórmula 1” mostra quem realmente decide no mercado

O novo filme “Fórmula 1”, estrelado por Brad Pitt, recém estreou no país e já deixou sua marca. Com mais de R$ 9 milhões arrecadados em apenas uma semana, a produção liderou as bilheterias no Brasil. Esse desempenho, por si só, já seria motivo de comemoração. Mas há algo mais profundo acontecendo aqui, um sinal claro do público sobre o que ele quer ver nas telas, e sobre o que ele têm rejeitado.

Nos últimos anos, uma boa parte da indústria cinematográfica passou a tratar o cinema não apenas como entretenimento, mas como um espaço para agendas ideológicas e reinterpretações forçadas. Em vez de respeitar o público e oferecer boas narrativas, muitos estúdios passaram a focar em “corrigir” o conteúdo, com base em critérios que não vêm da audiência, mas de dentro das próprias salas de roteiristas e conselhos criativos.

Talvez o maior exemplo do efeito colateral de um cinema desconectado da audiência seja o novo Branca de Neve em live-action, também lançado este ano. A proposta do estúdio era atualizar a clássica história infantil com uma abordagem moderna e “progressista”. O resultado, no entanto, foi desastroso. A nova versão da princesa não tem interesse em amor, os anões foram substituídos por personagens genéricos e o filme abandonou completamente o tom de conto de fadas original.

A rejeição foi imediata e a crítica foi dura, mas o mais significativo veio do público: o filme atingiu nota 1 no IMDb, uma das piores avaliações já registradas na plataforma. Este não é um caso isolado. Diversas produções recentes que priorizaram discursos identitários, muitas vezes às custas da coerência narrativa, também encontraram forte rejeição. 

Filmes que mudam personagens clássicos apenas por simbolismo, ou que inserem mensagens forçadas que não contribuem para a trama, tendem a soar artificiais, e o público sabe identificar quando é manipulado.

Por contraste, o filme “Fórmula 1”, optou por um caminho mais simples e, justamente por isso, mais eficaz. Trata-se de uma história sobre competição, paixão, talento e risco. Um filme que foca na jornada do protagonista, na tensão das pistas e nos bastidores do automobilismo. Com produção de alta qualidade, boas atuações e cenas envolventes, o longa não tenta “ensinar” o público, mas sim entreter com excelência.

Essa escolha fez toda a diferença. A ausência de agendas forçadas permitiu que a história respirasse. E isso agradou ao público, que respondeu com interesse real, não apenas nas redes sociais, mas naquilo que realmente sustenta qualquer produto no mercado: bilheteria.

Esse tipo de resultado reforça um princípio básico de mercado: quem decide o que funciona ou não é o consumidor. E o consumidor, no caso do cinema, é o espectador comum, não os influenciadores de nicho, não os grupos militantes e nem mesmo os críticos profissionais.

Em qualquer setor da economia, da cultura à indústria pesada, uma regra se mantém firme: quem consome é quem dita o sucesso. É o cliente que valida o produto. Se um conteúdo é bom, envolvente e coerente, ele será bem recebido, independentemente de agendas ou intenções. Por outro lado, se o conteúdo tenta impor uma visão, distorcer personagens clássicos ou usar a obra como plataforma de discurso, ele perde sua força e tende ao fracasso.

O que o sucesso do filme “Fórmula 1” mostra, de forma clara, que o público valoriza autenticidade, boas histórias e produções feitas com respeito pela inteligência do espectador. Essa resposta positiva ao filme deve ser um sinal para os criadores de conteúdo: o caminho para o sucesso passa por escutar quem está na ponta.

Empresas que desejam prosperar, seja no cinema, na construção civil, no varejo ou em qualquer outro setor, precisam lembrar de um princípio fundamental: não é o produtor que determina o que vale, é o cliente. Toda empresa serve ao seu público. E o público moderno está cada vez mais atento, mais exigente e menos tolerante com produtos que colocam ideologia acima de qualidade.

Conclusão

O filme “Fórmula 1” acerta porque não tenta ensinar uma lição. Ele conta uma história. E, ao fazer isso com qualidade, ganhou o reconhecimento mais importante: o do público.

Mateus Vitória Oliveira

Colunista

Associado do Instituto Líderes do Amanhã

Associado do Instituto Líderes do Amanhã