Entre Caos e Ordem: Uma Vida com Sentido

Em tempo de incertezas, em que a velocidade das transformações sociais e a instabilidade emocional parecem ter se tornado o padrão da existência moderna. Nesse cenário, o livro 12 Regras para a Vida: Um Antídoto para o Caos, de Jordan B. Peterson, surge como uma proposta contracultural. Em vez de prometer felicidade instantânea ou soluções simplistas, Peterson nos convida a olhar para dentro, assumir responsabilidade e encontrar sentido em meio ao sofrimento inevitável da vida.

O autor parte de uma constatação simples, porém desconfortável: a vida é dura. Há dor, injustiça, frustração e perda — e negar isso não nos torna mais fortes, apenas mais frágeis. Sua resposta a esse caos é a ordem interior, construída pela disciplina, honestidade e coragem de enfrentar a realidade como ela é. Cada regra apresentada no livro é uma metáfora prática para esse enfrentamento — do simples “mantenha-se ereto, com os ombros para trás” até o profundo “busque o que é significativo, não o que é conveniente”.

Em uma cultura que exalta a vitimização e terceiriza a culpa, é preciso resgatar um valor quase esquecido: a responsabilidade pessoal. Colocar a “própria casa em ordem antes de criticar o mundo” é um convite à autocrítica, à maturidade e à ação consciente. É um lembrete de que não há transformação coletiva sem transformação individual. Essa visão contrasta com a tendência contemporânea de apontar falhas externas — governos, sistemas, estruturas — enquanto negligenciamos nossas próprias incoerências.

Resgate da Verdade e Ética

Outro ponto essencial é o resgate da verdade como fundamento ético. Ao defender que “dizer a verdade” é um ato revolucionário, a honestidade é o que sustenta a saúde psicológica e a coesão social. Numa era de discursos fabricados e aparências digitais, essa regra soa quase subversiva.

Ao longo das 12 regras, conclui-se que o sentido da vida não é encontrado na ausência de dor, mas na capacidade de enfrentá-la com dignidade. Cuidar de si como cuidamos de quem amamos, escolher companhias que nos impulsionem, aceitar os riscos necessários ao crescimento — tudo isso compõe um mapa para uma vida mais autêntica e resiliente.

A Essência da Liberdade e o Sentido da Vida

“12 Regras para a Vida”, é um chamado à responsabilidade existencial que nos lembra que a verdadeira liberdade não está em fazer o que se quer, mas em escolher o que é certo — mesmo quando é difícil. E talvez seja justamente nessa escolha, entre o caos e a ordem, que reside a mais humana das coragens: a de viver com sentido.

Lenita Bodart Guimarães Caetano

Colunista

Gerência de Implantação de Projetos de Investimentos da ArcelorMittal Tubarão. Associada do Instituto Líderes do Amanhã

Gerência de Implantação de Projetos de Investimentos da ArcelorMittal Tubarão. Associada do Instituto Líderes do Amanhã