Editorial Rede Vitória

Entre portos de excelência e estradas que comprometem, o ES poderá ser hub de referência!

O salto logístico capixaba esbarra em velhos obstáculos. As obras nas rodovias federais, por exemplo, seguem a passos lentos

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Porto da Imetame, em Aracruz
Foto: Imetame/Divulgação

O Espírito Santo tem esboçado um posicionamento ambicioso: tornar-se um hub logístico estratégico no cenário nacional e internacional.

A aposta é coerente, sobretudo diante da perspectiva do fim dos incentivos fiscais em 2033 — um divisor de águas que exigirá do Estado novas formas de competitividade e, nessa perspectiva, o comércio exterior ganha nova importância.

Nas últimas semanas, dois movimentos simbólicos reforçam essa direção. Em Presidente Kennedy, as obras de terraplanagem e dragagem do Porto Central avançaram.

O porto é projetado para atender, por exemplo, o escoamento de commodities como soja e milho produzidos no Centro-Oeste, funcionando como uma nova porta de saída para o agronegócio nacional.

Já em Aracruz, o Porto da Imetame deve iniciar as operações no segundo semestre de 2026, com a proposta de integrar as rotas brasileiras, do Mercosul e da Ásia.

Um dos diferenciais é conectar os mega navios internacionais aos de cabotagem, aqueles que navegam ao longo da costa, viabilizando um transporte de mercadorias mais eficiente e com custos reduzidos — algo que pode reposicionar o Espírito Santo no mapa logístico da América do Sul.

O governo do Estado, por sua vez, tem articulado parcerias com oito municípios da região para colocar de pé o projeto Parklog Sul.

A proposta é integrar modais — rodovias, ferrovias, portos — e pensar a logística para além da infraestrutura física, com qualificação de mão de obra e ordenamento urbano.

Ponto de atenção: o salto logístico capixaba ainda esbarra em velhos obstáculos. As obras nas rodovias federais, por exemplo, essenciais para o escoamento da produção, seguem a passos lentos.

O edital de duplicação da BR-262 está previsto apenas para novembro, o que significa que o cronograma real continua incerto.

A janela de oportunidades está aberta, e o momento exige firmeza institucional, articulação com a iniciativa privada e capacidade de atrair investimentos sustentáveis, nacionais e estrangeiros.

O Espírito Santo pode, sim, transformar a posição geográfica em vantagem competitiva. A maré é favorável, mas navegar exige rumo.