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Num país com tantos gargalos estruturais e com um ambiente financeiro desfavorável, o setor produtivo tem se destacado em termos de gestão e planejamento para enfrentar as oscilações do mercado. Prova disso é que hoje o empresário capixaba é o melhor pagador do Brasil.

A taxa de inadimplência caiu para menos de 25%, bem abaixo da média nacional, de quase 32%.

As informações são do estudo Retrato da Inadimplência, elaborado pelo Connect Fecomércio-ES com base em dados do Serasa Experian.

A capacidade de manter compromissos em dia mesmo diante de custos de crédito elevados pode se traduzir em vantagem competitiva, uma vez que possibilita desde melhores condições de negociação com fornecedores até espaço para investir em inovação e expansão.

Além disso, a trajetória de queda contínua na inadimplência desde 2022 revela um ambiente de negócios estável, que também favorece novos investimentos.

Por outro lado, o bom desempenho empresarial não isenta o Espírito Santo de desafios. Por exemplo, baratear o crédito, afinal, se há menos inadimplência e, portanto, mais confiabilidade de recebimentos do que em outros Estados do Brasil, o crédito no Espírito Santo deveria ser mais barato, o que não acontece.

Além disso, o maior risco hoje está fora das empresas: a inadimplência das famílias capixabas, hoje acima da média nacional, ameaça o consumo e impõe limites ao crescimento do varejo.

Outro ponto de atenção é a dificuldade de encontrar mão de obra qualificada – um entrave que pode comprometer a competitividade no médio prazo.

Num cenário de crédito caro e consumo ainda instável, a iniciativa privada tem dado demonstrações de eficiência na gestão do capital de giro e, principalmente, na adaptação a contextos adversos, transformando responsabilidade financeira em estratégia de crescimento econômico.

Um ótimo exemplo, inclusive para o poder público.