
Mais de 760 mil capixabas seguem abaixo da linha da pobreza. Para entender o que significa, basta dizer que essas pessoas não conseguem pagar de maneira regular por necessidades essenciais, tais como alimentação de qualidade, transporte, remédios ou itens básicos da casa.
Dito de outra maneira, essas pessoas vivem em constante vulnerabilidade, ou seja, qualquer imprevisto pode empurrá-las para a extrema pobreza: nessa faixa, as pessoas sobrevivem no mês com algo em torno de R$ 220.
A boa notícia é que no Espírito Santo, entre 2023 e 2024, a proporção de moradores nessa faixa reduziu de 2,7% para 1,7%. Em números absolutos, quase 38 mil capixabas deixaram de viver na extrema pobreza.
Na faixa mais ampla, a redução também foi expressiva: cerca de 168 mil pessoas não estão mais abaixo da linha da pobreza.
O feito merece ser reconhecido, sim, até porque os números colocam o Espírito Santo entre os estados mais eficientes na erradicação da pobreza, acima, por exemplo, da média nacional.
Importante salientar que o fator determinante é a combinação entre mercado de trabalho mais aquecido e políticas de transferência de renda mais robustas. Sem elas, o cenário seria outro.
Além disso, o mérito capixaba está na continuidade de políticas públicas mantidas ao longo do tempo, o que é raro. No Brasil, programa e ações são substituídas antes mesmo de mostrarem resultados.
Combater a desigualdade exige planejamento e consistência, não improviso.