
Capitalismo e Liberdade, publicado originalmente nos Estados Unidos em 1962, é uma obra na área da Economia e Filosofia Política. Escrito por Milton Friedman, um dos mais influentes economistas do século XX, o livro defende a importância do livre mercado e da liberdade individual como pilares para uma sociedade próspera e justa.
Milton Friedman nasceu em 1912, no Brooklyn, Nova York. Formou-se na Universidade Rutgers e obteve seu doutorado na Universidade de Chicago. Friedman foi laureado com o Prêmio Nobel de Economia em 1976 por suas pesquisas sobre análise de consumo, teoria monetária e complexidade das políticas de estabilização.
O contexto histórico da obra é marcado pela Guerra Fria, período em que o mundo estava polarizado entre o capitalismo ocidental e o comunismo soviético. As ideias de Friedman defendem o capitalismo e apresentam uma crítica às políticas intervencionistas que ganhavam força após a Grande Depressão e a Segunda Guerra Mundial.
Capitalismo e a Liberdade Econômica
Em Capitalismo e Liberdade, Friedman argumenta que a liberdade econômica é um pré-requisito para a liberdade política. Ele acredita que o papel do governo deve ser limitado, para o autor o foco do Estado deveria ser em ações destinadas à manutenção da segurança pública face a ameaças internas e externas, na defesa da propriedade privada e na preservação das condições que permitam a livre troca entre indivíduos.
Friedman inicia discutindo a função adequada do governo. Ele defende que a intervenção estatal deve ser mínima, evitando distorções no mercado que podem levar a ineficiências econômicas. A ideia central é que o mercado, por meio da livre interação entre ofertantes e demandantes, é o melhor mecanismo para alocar recursos de maneira eficiente. Nesse contexto, qualquer intervenção estatal alteraria de forma artificial tais livres interações entre os agentes de mercado, originando distorções prejudiciais à sua eficiência plena.
Políticas Monetárias e o Livre Mercado
Um dos principais pontos da obra é a crítica às políticas monetárias instáveis. Friedman propõe uma regra monetária fixa, por meio da qual a oferta de dinheiro cresceria a uma taxa constante, evitando assim o fenômeno da inflação e as flutuações econômicas decorrentes de manipulações artificiais do mercado pelo governo.
Friedman defende o livre comércio internacional, argumentando que as restrições comerciais, como tarifas e cotas, prejudicam tanto os consumidores quanto os produtores ao limitar a eficiência e a concorrência. Ele vê o protecionismo como uma influência negativa que favorece interesses particulares em detrimento do bem-estar geral.
No campo educacional, Friedman propõe o sistema de vouchers, permitindo que os pais escolham as escolas de seus filhos, sejam elas públicas ou privadas. Essa proposta visa aumentar a competição entre as instituições de ensino, melhorando a qualidade e eficiência educacional. A ideia é considerada positiva, pois promove a liberdade de escolha e incentiva a melhoria contínua no setor.
Bem-Estar Social e a Pobreza
Friedman critica os programas de bem-estar social administrados pelo governo, sugerindo que muitas dessas iniciativas criam dependência e não abordam as causas subjacentes da pobreza.
O autor propõe a implementação do “imposto de renda negativo“, uma forma de assistência que proporcionaria um rendimento mínimo garantido, incentivando as pessoas a buscarem emprego sem perderem totalmente os benefícios.
O autor também questiona a necessidade de licenciamento e regulamentação excessiva de profissões, argumentando que essas práticas podem restringir a entrada no mercado e proteger interesses estabelecidos. Ele vê essa regulamentação como negativa, pois limita a concorrência e a inovação.
Nesse contexto, é possível que se lance a seguinte reflexão: o que é mais efetivo na avaliação da competência de determinado profissional: um diploma ou uma licença, ou a capacidade do profissional em entregar os resultados esperados pelo cliente?Capitalismo e Liberdade é uma obra fundamental para a compreensão do liberalismo econômico e das discussões sobre o papel do Estado na sociedade. Friedman apresenta argumentos sólidos em favor do livre mercado e da liberdade individual. A obra convida os leitores a refletirem sobre a natureza da liberdade e o melhor caminho para alcançá-la em uma sociedade complexa e em constante mudança.