*Artigo escrito por Otávio Lube, especialista em Segurança Cibernética e professor da Unidade de Computação e Sistemas da Faesa
A inteligência artificial (IA) está revolucionando o mundo. Ela já escreve textos, atende clientes, ajuda médicos, gera imagens e até conversa com a gente como se fosse humana. Mas por trás dessa revolução silenciosa e muitas vezes encantadora, surge uma pergunta cada vez mais urgente: estamos realmente seguros neste novo mundo digital?
A cada dia, surgem novas ferramentas que usam IA para tornar nossa vida mais fácil. No entanto, o mesmo avanço que nos ajuda também pode ser usado contra nós.
Golpes virtuais estão se tornando mais sofisticados, com mensagens falsas criadas por IA que imitam com perfeição a forma como falamos, escrevemos ou nos comunicamos. É o velho golpe do bilhete premiado com uma nova embalagem digital — e muito mais perigoso.
Privacidade, que já era um desafio, agora virou um campo minado. Se antes já era difícil saber o que estavam fazendo com nossos dados, agora enfrentamos algoritmos que conseguem cruzar informações e prever nosso comportamento com uma precisão assustadora. E, muitas vezes, sem nosso consentimento real. Afinal, quem realmente lê aqueles termos de uso quilométricos?
As empresas precisam fazer sua parte. Proteger os dados dos usuários não pode ser apenas uma recomendação — tem que ser prioridade.
Governos também têm um papel fundamental, criando leis mais rígidas e atualizadas para esse novo cenário. A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), no Brasil, foi um avanço, mas ainda é pouco diante da velocidade com que a tecnologia avança.
E nós, cidadãos? Precisamos estar atentos. Não adianta mais só instalar um antivírus e achar que estamos protegidos. É hora de pensar duas vezes antes de clicar em links suspeitos, compartilhar informações pessoais ou aceitar qualquer aplicativo que prometa milagres.
A inteligência artificial veio para ficar e, com ela, novos riscos e responsabilidades. Precisamos aprender a conviver com essa tecnologia de forma crítica, consciente e, acima de tudo, segura. Porque, no fim das contas, segurança digital é, hoje, uma forma de garantir a nossa liberdade.