
*Artigo escrito por Márcio Brotto, advogado com atuação em Portugal e no Brasil.
O Espírito Santo destaca-se como um celeiro de inovação tecnológica, com ênfase para o setor de Tecnologia da Informação (TI).
Com uma base sólida de fábricas de software, soluções industriais inteligentes e empresas de automação, o Estado capixaba tem se posicionado de forma estratégica no cenário nacional e internacional.
Tecnologia da Informação: mais de 2,5 mil empresas no ES
De acordo com o Observatório da Indústria da Findes, o setor de TI no Espírito Santo representa cerca de 5% do PIB estadual e reúne mais de 2.500 empresas formais, empregando mais de 20 mil profissionais qualificados.
Além disso, cidades como Vitória, Serra e Vila Velha vêm se consolidando como polos de inovação com crescente participação em programas como o Tecnova, o StartupES e o hub Findeslab, promovendo a conexão entre startups, indústrias e investidores.
Paralelamente, Portugal se consolida como uma das portas de entrada mais promissoras para o mercado europeu.
O país ocupa a 7ª posição no ranking de países mais atrativos para startups na Europa, segundo o relatório da StartupBlink, e oferece diversos programas de incentivo à internacionalização, além de fundos europeus para P&D e inovação tecnológica.
Sinergia entre Espírito Santo e Portugal
A sinergia entre o que se desenvolve no Espírito Santo e o que se demanda em Portugal se apresenta como uma janela de oportunidades.
Soluções em automação, inteligência artificial, cibersegurança e transformação digital tornam o terreno fértil para parcerias sustentáveis.
Já temos observado o movimento de startups e empresas capixabas, que têm mais assumido o protagonismo em missões comerciais e eventos voltados à inovação em território europeu.
Do ponto de vista jurídico, esse movimento requer mais do que conformidade legal. É necessário entender as particularidades dos sistemas regulatórios, os modelos de tributação internacional, a proteção de propriedade intelectual, bem como as oportunidades de estruturação societária que maximizam a competitividade no mercado europeu.
A inteligência empresarial tem sido aliada estratégica nesse processo. Ao cruzar dados de mercado, identificar players e antecipar mudanças normativas, conseguimos não apenas reduzir riscos, mas potencializar a efetividade e a prosperidade da expansão internacional.
E o papel jurídico, aqui, torna-se vetor de desenvolvimento, apoiando a tomada de decisão e promovendo segurança nas relações transnacionais.
Espírito Santo como centro desse movimento
O futuro aponta para uma integração cada vez maior entre os ecossistemas de inovação de Brasil e Portugal.
E o Espírito Santo pode ocupar o centro desse movimento, com capital humano qualificado, soluções robustas e uma crescente cultura empreendedora orientada à internacionalização.