Opinião

Vacinas em queda, riscos em alta: o alerta que não devemos ignorar

Um dos pontos críticos, sem dúvida, é a escalada da desinformação, que se nutre da tendência a superestimarmos riscos em relação aquilo que pouco conhecemos

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Vacina contra a gripe vacinação
Foto: Freepik

Estamos diante de uma grave crise de prevenção na saúde. Talvez o maior desafio já enfrentado desde que surgiu o Programa Nacional de Imunização.

O levantamento elaborado pelo ICQ, o Instituto Questão de Ciência, com apoio da Sociedade Brasileira de Imunizações, mostra retrocessos evidentes e deve servir como uma bússola para avaliarmos e repensarmos as políticas públicas, e também o papel que cada um de nós, cidadãos, tem em relação a nossa própria proteção e no cuidado com nossos filhos. Quando se fala em mortalidade infantil, por exemplo, vacinas foram responsáveis por uma redução de 40%, nos últimos 50 anos.

Milhões de crianças, adolescentes, adultos e idosos foram protegidos contra o sarampo, a poliomielite, a tuberculose e tantas outras enfermidades.

O Brasil já foi referência mundial, um exemplo a ser seguido, e até por isso, é preciso olhar para o quadro atual com mais profundidade.

O Espírito Santo segue a mesma tendência nacional, de retrocesso. Há que se entender quais fatores comportamentais e sociais têm provocado queda nas coberturas vacinais. Um dos pontos críticos, sem dúvida, é a escalada da desinformação, que se nutre da tendência a superestimarmos riscos em relação aquilo que pouco conhecemos, como novas tecnologias.

O discurso anti-vacina não tem nem uma gota de ciência, distorce informações e apela para o medo.

Há uma necessidade urgente do poder público intensificar a comunicação, que precisa ser clara, honesta e abrangente.

Fundamental também corrigir as falhas de gestão. Recentemente, o Tribunal de Contas da União apontou erros no armazenamento, na distribuição e no monitoramento das vacinas, o que compromete o alcance das coberturas.

O desafio é grande. Requer integração entre os níveis de governo, investimento em equipamentos para armazenar as vacinas de maneira adequada, planejamento mais eficiente de estoques e campanhas educativas sistemáticas.

Disso depende a segurança epidemiológica de cada um de nós.