Gato com frio
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Pensar e Agir

Pets no inverno: saiba como proteger os animais do frio e evitar doenças

Filhotes, idosos, animais de pelo curto e de pequeno porte são os mais afetados pelas baixas temperaturas

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No inverno, cães e gatos podem sofrer com as baixas temperaturas e ficar suscetíveis a diversas doenças, como as respiratórias e articulares, e até a hipotermia. Filhotes, idosos, animais de pelo curto e de pequeno porte são os mais afetados pelo frio, devido à falta de gordura corporal.

No Brasil, são muitos os bichinhos que merecem atenção redobrada neste período do ano. Dentro das casas, eles somam 90 milhões – sendo 60 milhões de cães e 30 milhões de gatos –, conforme a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet).

Já nas ruas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), vivem abandonados cerca de 10 milhões de gatos e 20 milhões de cachorros. São aproximadamente 30 milhões de animais vulneráveis às temperaturas e eventos climáticos, como chuva e vento.

Cachorro no frio
Foto: Canva

Se os dados revelam que os pets são tão queridos em casa, trazendo mais alegria, oferecendo companhia fiel e muito amor, é essencial que sejam bem cuidados pelos tutores e, ao mesmo tempo, que aqueles sem lar recebam abrigo e proteção contra o frio.

Doenças comuns de pets durante o inverno

Para cuidar dos pets no inverno e evitar doenças, o primeiro passo é identificar o desconforto dos animais. A professora de Medicina Veterinária da Faesa, Viviane Raposo, explica que os animais dão vários sinais quando estão com frio.

 professora de Medicina Veterinária da Faesa Viviane Raposo
Viviane Raposo, professora da Faesa. Foto: Reprodução/TV Vitória

Alguns pacientes apresentam tremores e outros podem buscar lugares mais quentinhos, como o colo do tutor, o sofá, a cama, até ficarem mais encolhidinhos, deitadinhos. Esses são sinais importantes que eles demonstrariam.

Além dos sintomas físicos e comportamentais, os animais também podem desenvolver algumas doenças por conta do ambiente mais úmido, da circulação de ar frio e até pela falta de sol.

Conforme a professora, são sintomas de doenças respiratórias, comuns nesta época, tosse e secreções nasais e oculares. Os pets também podem ficar menos dispostos, perder o apetite e diminuir a ingestão de água, o que pode resultar em cistite – infecção urinária.

Infográfico: doenças de pets no inverno
Arte: Folha Vitória

Cuidados com os pets no inverno

Especialista em resgatar pets abandonados, Cleonice Marques, que cuida atualmente de 37 cães e 108 gatos no Abrigo da Cleo, em Vila Velha, conta que é comum alguns bichinhos ficarem doentes durante o inverno, principalmente os gatos. 

Abrigo da Cleo
Cleonice tem um abrigo para pets em Vila Velha. Foto: Reprodução/TV Vitória

Para evitar o mal-estar dos animais, ela adota algumas estratégias para mantê-los saudáveis e confortáveis: 

“Eles sentem muito frio, então deixo cobertores e agasalhos para eles. Outros têm tapetes e os gatos têm o sofá, que eu forro para eles ficarem aquecidos”.

Outra preocupação, tanto da Cleo quanto de outros tutores, é com a hidratação dos pets durante o inverno.

Penélope Guarçoni, que tem duas gatas, conta que os animais tendem a beber menos água no frio e, por isso, ela redobra a atenção em casa:

Eu tenho uma fonte de água e também coloco potinhos de cerâmica com água espalhados pela casa para elas poderem continuar tomando bastante água mesmo no inverno, quando a tendência, até de nós, seres humanos, é beber menos água. Fico bem atenta a esta questão.

Luiza Coimbra, aluna do 10º período de Medicina Veterinária da Faesa, conta que é possível perceber quando o animal está com frio pelo comportamento dele. Luna, a gata de 6 anos da estudante, fica mais quieta e procurando lugares quentes para se acomodar, por exemplo.

Para isso, ela tem uma estratégia: “O que eu faço sempre é distribuir umas cobertinhas onde ela mais gosta de ficar. O importante é que já tenha o cheiro dela, nunca é um cobertor novo com o qual ela nunca teve contato”.

Luiza Coimbra, aluna da Faesa
Luiza Coimbra estuda Medicina Veterinária na Faesa. Foto: Reprodução/TV Vitória

A estudante pontua que também é possível utilizar um tapete térmico, mas com atenção para que a temperatura não seja muito elevada e acabe machucando o pet.

Concordando com as instruções, a professora Viviane ressalta que também é importante observar as preferências e necessidades individuais dos pets. O cuidado com o frio não pode se tornar uma situação de desconforto térmico para o animal.

“Alguns animais que não estiverem confortáveis com aquele calor que está sendo produzido por uma manta ou uma roupinha de frio vão demonstrar isso buscando superfícies mais frias. Isso é importante porque às vezes achamos que está muito frio e acabamos superaquecendo o paciente, que vai hiperventilar”.

Sendo assim, a recomendação da especialista é acostumar o pet para o frio e observar o que ele gosta ou não. Se o animal tem o hábito de usar roupa, esta é uma boa opção para a estação. Caso contrário, o acessório pode deixar o pet imóvel e prejudicar a saúde dele.

“Isso pode fazer com que eles fiquem muito estressados e pode gerar outras doenças. Então, temos que ficar alerta com o que o paciente gosta. Seja roupinha, manta…”.

A professora também dá uma dica extra para garantir a hidratação dos pets. Para aqueles que tiverem dificuldade com a ingestão de água dos animais, para além da distribuição de vasilhas pela casa, é possível utilizar outros recursos, como sachês e até frutas.

Sachês úmidos funcionam para felinos, colher de sopa com água também. No caso dos cães, podemos avaliar a possibilidade de oferecer algumas frutas ou até mesmo água saborizada com o próprio sachê.

Por fim, Viviane ressalta a importância das vacinas. Manter a carteira de vacinação dos pets em dia, segundo ela, garante maior proteção contra vírus e bactérias que podem causar gripe, tanto nos cachorros, quanto nos gatos.

Dicas para manter a saúde dos pets no frio

  • Observar o comportamento do animal para identificar sinais de desconforto térmico;
  • Distribuir mantas e cobertas nos locais em que o pet gosta de ficar;
  • Colocar roupinhas naqueles que já estão acostumados;
  • Oferecer água e sachês úmidos aos animais e distribuir vasilhas cheias pela casa;
  • Forrar superfícies que podem ficar frias e/ou úmidas;
  • Manter a carteirinha de vacinação em dia.
Julia Camim

Editora de Política

Atuou como repórter de política nos veículos Estadão e A Gazeta. Jornalista pela Universidade Federal de Viçosa, é formada no 13º Curso de Jornalismo Econômico do Estadão em parceria com a Fundação Getúlio Vargas.

Atuou como repórter de política nos veículos Estadão e A Gazeta. Jornalista pela Universidade Federal de Viçosa, é formada no 13º Curso de Jornalismo Econômico do Estadão em parceria com a Fundação Getúlio Vargas.