O adolescente Guilherme Ramos de Oliveira, 17 anos, foi morto durante uma operação da Polícia Militar no Morro da Boa Vista, em Vila Velha, nesta segunda-feira (15).
Segundo o comandante-geral da PM, coronel Douglas Caus, o menor atuava no tráfico de drogas e estava com uma pistola quando foi atingido. A família confirma o envolvimento dele no tráfico, mas contesta que Guilherme estaria armado na hora do confronto.
Guilherme morreu após levar três tiros. A PM afirma que uma equipe da Força Tática subia para o topo do Morro da Boa Vista após receber denúncias de que havia pessoas armadas no local.
O coronel Caus destacou que a equipe encontrou quatro homens armados, que atiraram contra os agentes e iniciaram o confronto. Guilherme foi baleado durante a troca de tiros e chegou a ser levado para o Hospital Evangélico, mas morreu na unidade.
De acordo com a PM, o adolescente foi morto quando estava com uma pistola 0.40 mm carregada, que foi apreendida. A Polícia Militar teve acesso a uma foto do adolescente segurando uma pistola, e a imagem foi divulgada.
Entre os envolvidos no confronto, segundo o comandante-geral da PM, também estava o homem apontado como gerente do tráfico na região, que é comandada pelo Primeiro Comando de Vitória (PCV).
Família nega que adolescente estava armado
Em entrevista à reportagem da TV Vitória/Record, a família de Guilherme reconhece que ele tinha envolvimento com o tráfico, mas parentes contestam a informação da Polícia Militar de que ele estava armado e atirou contra os militares.
Meu filho era da vida errada, vendia droga, fumava maconha, mas não precisava tirar a vida do meu filho. Que fossem para a delegacia e prendessem. Ainda disseram que meu filho estava armado. Ele não estava armado.
Mãe de Guilherme Ramos de Oliveira
O adolescente seria da facção do PCV, com atuação em Vitória e Vila Velha. Ele já havia sido detido três vezes neste ano, todas em ocorrências ligadas ao tráfico.
Em janeiro, ele foi encontrado com drogas em São Torquato. Em maio, foi apreendido em Vitória, no bairro Jesus de Nazareth, com entorpecentes, dinheiro e um radiocomunicador.
Já a última abordagem foi no dia 13 de agosto, novamente em São Torquato, quando Guilherme chegou a levar a polícia a uma casa usada para esconder drogas.
“O destino é cadeia ou caixão”, diz comandante da PM
A Polícia Militar avaliou que os militares agiram dentro da legalidade em resposta ao que a corporação chamou de “injusta agressão”. O policiamento tem sido reforçado na região, que vive em meio a uma guerra do tráfico.
O faccionado não irá dominar a via pública no Espírito Santo. Eles têm áreas de atuação e, se atentarem contra os nossos policiais militares, o destino é cadeia ou caixão. Cadeia se sobreviver e caixão se forem alvejados e vierem a óbito. Aí, invariavelmente, a última consulta desses indivíduos é com o médico legista.
Comandante da Polícia Militar, coronel Douglas Caus.
O caso está sendo investigado pela Polícia Civil.
*Com informações da repórter Luciana Leicht, da TV Vitória/Record